O investigador da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Henrique Vorcaro Garcia, de 54 anos, foi preso suspeito de crimes de violação sexual praticados em um terreiro no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O servidor foi detido nessa quarta-feira (19/11) pela Corregedoria-Geral da corporação. Henrique é primo do banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, preso na segunda-feira (17/11), por suspeitas de fraude na emissão de títulos de crédito por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional.
Henrique comandava o terreiro de umbanda Omolokô Ilê Axé Guian, onde os crimes teriam sido registrados. De acordo com a PCMG, além do líder religioso, nesta semana também foram cumpridos mandados de prisão contra uma assistente. Além disso, a mãe de Henrique é investigada.
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O inquérito, que está em segredo de Justiça por envolver crimes sexuais contra mulheres, apura suposta prática de violação sexual mediante fraude, importunação sexual, extorsão, ameaça e lesão corporal. Em nota, a PCMG informou que mais detalhes poderão ser repassados ao final das investigações.
“A PCMG reafirma seu compromisso com a lisura, a transparência e a responsabilização de seus integrantes, assegurando a continuidade das apurações e o respeito ao devido processo legal”, apontou.
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Em nota, a defesa do servidor e sua assistente afirmaram que ainda não tiveram acesso pleno aos autos da sentença que determinaram sua prisão. Mesmo assim, o advogado afirmou que a decretação é “ilegal” por afirmar descumprimento de medidas cautelares das quais a mulher presa, assistente de Henrique, jamais foi intimada.
Além disso, o defensor aponta que a prisão preventiva é irregular uma vez que os descumprimentos, que teriam originado o pedido, surgiram de “uma fonte totalmente suspeita pelo interesse na causa e pela inimizade capital com as partes investigadas”.
“Os denunciantes já estão sendo investigados criminalmente por coautoria em advocacia administrativa internamente no Ministério Público de Minas Gerais em procedimentos encaminhados à Justiça pela Ouvidoria do MPMG”, aponta o documento.
Família Vorcaro
Na noite de segunda-feira (17/11), Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e primo do investigador da PCMG, foi preso pela Polícia Federal. A detenção aconteceu durante a Operação Compliance Zero, que apura suspeitas de fraude na emissão de títulos de crédito por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional. O empresário foi encontrado quando tentava embarcar para o exterior no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Conforme a PF, esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.
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A operação ocorre um dia após um consórcio de investidores dos Emirados Árabes, em parceria com o grupo de participações Fictor, anunciar a compra do Banco Master com aporte inicial de R$ 3 bilhões. O negócio já foi apresentado ao Banco Central e aguarda aprovação do órgão regulador e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
