REVOLTA

Adolescentes fazem tumulto em centro socioeducativo de MG e PM é acionada

Ocorrência foi em de Sete Lagoas, na Região Central de MG; adolescentes que afirmam ser membros de facções criminosas precisaram ser contidos pela PM

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Cerca de 20 adolescentes foram responsáveis por um tumulto registrado no Centro Socioeducativo de Sete Lagoas (MG), na Região Central do estado, na manhã desta quinta-feira (25/12). Vídeos registrados no local mostram bagunça e sujeira deixada nos quartos e corredores após a confusão.

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De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os jovens, que estão detidos por atos infracionais, começaram uma “ação de subversão à ordem” e chutaram as portas dos alojamentos, por volta de 9h. A Polícia Militar foi acionada e o grupo foi retirado do Centro para que fosse feita uma revista. A situação foi controlada após 5 horas.

Segundo a pasta, a direção da unidade irá encaminhar o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) para a autoridade policial e para a Justiça, que também receberá um relatório dos fatos. 

Assim que a apuração da situação for finalizada, os adolescentes poderão sofrer sanções disciplinares.

Vídeos cedidos à reportagem mostram como ficou o centro momentos depois da contenção pelos Policiais Militares. Nas imagens, é possível ver camas bagunçadas, água espalhada, papeis rasgados e jogados pelo chão, além de pichações nas paredes. As áreas das paredes onde estavam as grades também estão quebradas.

Alertas ignorados

Procurado pela reportagem, o Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativos de Minas Gerais (Sindsisemg) informou que os agentes da “linha de frente” da unidade vêm alertando as autoridades sobre o risco iminente de um grave episódio ocorrer há um tempo, mas a direção de segurança e a direção geral da unidade ignoraram.

“Apesar de não se tratar de uma rebelião, o episódio confirma aquilo que já vinha sendo anunciado pelos Agentes. No momento, os servidores enfrentam a situação em condições extremamente adversas”, afirmou o sindicato quando a situação ainda estava descontrolada. Segundo o grupo, a Diretoria de Segurança Socioeducativo não autorizou que os agentes de segurança da unidade atuassem na situação para conter os adolescentes.

De acordo com o vice-presidente do Sindsisemg, José Alencar, diversos adolescentes envolvidos no tumulto são ligados e já se identificam como membros de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). As siglas desses grupos também puderam ser vistas em pichações nas paredes do Centro.

Segundo o vice-presidente, agentes da unidade relataram que o espaço tem “grave déficit estrutural”, com instalações deterioradas e sem condições adequadas de funcionamento. No entanto, a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase) considerou que o local estava apropriado para a ampliação do número de adolescentes, com a abertura de mais um núcleo.

Trabalhadores do Centro ainda relatam que há uma fragilização na atuação na unidade, uma vez que há frequente afastamento de servidores a partir de falas dos adolescentes, sem que os servidores possam se defender. O sindicato afirma que tentou fazer três vezes audiências públicas, mas não conseguiu após justificativas não claras, alegando falta de transparência e diálogo institucional. 

Escala de Natal

Para Alencar, o tumulto desta quarta-feira evidencia um problema estrutural profundo, que deixou os agentes da linha de frente enfrentando sozinhos as “consequências da ingerência administrativa”. Segundo ele, o caos se deu porque, na data de ontem (24), cinco agentes, dentre eles uma mulher e um homem de idade avançada, estavam escalados no plantão para o atendimento de 35 adolescentes. 

“A gestão ignorou o que a segurança da unidade trazia de informações e concedeu férias e folga para a maioria dos agentes do plantão. O problema não são as férias, mas a falta de organização da Suase e, principalmente, os afastamentos judiciais, onde somente o adolescente é ouvido e o servidor efetivo não”, afirmou.

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A Sejusp foi consultada para esclarecimentos acerca dos questionamentos do Sindicato e, até o momento, não retornou. O espaço segue aberto.

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