Brian Wilson, lendário fundador do grupo americano Beach Boys, foi colocado sob tutela legal por um juiz de Los Angeles, devido aos seus problemas de demência e após a morte recente de sua esposa. 

A interdição foi aprovada na quinta-feira pelo juiz Gus May, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles (oeste), que decidiu que Wilson sofre de um "distúrbio neurocognitivo significativo" e é "incapaz de cuidar de si mesmo", segundo a imprensa norte-americana. 

Wilson, de 81 anos e considerado por muitos um gênio da música, tem precisado de ajuda diária desde que seu diagnóstico foi divulgado, em 2023. 

Pouco depois da morte de sua esposa, Melinda, em janeiro, a família de Wilson pediu a um tribunal que aprovasse seu gerente de negócios, LeeAnn Hard, bem como seu assessor de imprensa, Jean Sievers, para administrar seus assuntos pessoais e médicos. 

Em um comunicado publicado este ano, a família de Wilson indicou que uma tutela legal poderia garantir que "Brian e os filhos que vivem em sua casa serão atendidos e permanecerão no lugar onde são cuidados". Wilson tem sete filhos, que devem ser consultados sobre decisões médicas. 

Seus recursos são mantidos em um fundo financeiro, informou a revista musical Rolling Stone.

Figura imponente no cenário musical mundial, Wilson é quase o único responsável pelo som californiano criado pelos Beach Boys na década de 1960. 

Sua mistura inconfundível de pop suave, tendo como pano de fundo harmonias vocais complexas e letras poéticas, elevou a banda para além de sua imagem de surfista. 

O grupo de cinco membros, formado em 1961 por Brian Wilson com seus irmãos Dennis e Carl, combinou sua vocalização inovadora com o rock'n'roll e blues, e também usou técnicas de gravação não convencionais para criar um som instantaneamente identificável. 

Mas o talento de Brian Wilson foi por vezes ofuscado pelos problemas de saúde mental que o atormentaram durante toda a sua vida adulta.

Em 1964, sofreu um colapso nervoso durante uma turnê, o que o obrigou a se concentrar nas gravações, e que acabou por gerar um período de extrema criatividade que resultou no icônico "Pet Sounds" (1966), entre outros discos, um álbum de faixas sofisticadas e que é considerado hoje pela crítica mundial como um dos mais influentes da música contemporânea. 

O uso de drogas por Wilson foi acompanhado de períodos de depressão e alucinações auditivas, além de diagnóstico de transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar, segundo um biógrafo.

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