O independentista catalão Carles Puigdemont, que reapareceu na Espanha na quinta-feira depois de quase sete anos foragido da Justiça para desaparecer novamente, está fora da Espanha e a caminho da Bélgica, disseram seu advogado e um líder de seu partido nesta sexta-feira (8).
Puigdemont "está retornando a Waterloo", na Bélgica, onde esteve baseado nos últimos anos, disse Jordi Turull, secretário-geral do partido Juntos pela Catalunha, do líder pró-independência, à estação de rádio catalã Rac1, mas disse que não sabia se ele já havia chegado.
Momentos antes, seu advogado, Gonzalo Boye, também havia dito à Rac1 que "Puigdemont está fora do Estado espanhol".
Na noite de quinta-feira, Boye disse à televisão pública catalã que Puigdemont havia "ido para casa". O ex-presidente catalão, procurado pela Justiça por seu papel na fracassada secessão da região espanhola em 2017, residiu nos últimos anos em Waterloo, perto de Bruxelas, com passagens pelo sul da França.
Puigdemont, sob mandado de prisão na Espanha, é "quem deve tornar público" onde está, disse Boye, que afirmou que seu cliente deve falar "hoje ou amanhã".
Figura-chave do separatismo catalão, Puigdemont reapareceu na quinta-feira diante de milhares de apoiadores em Barcelona, em um palco montado próximo ao Parlamento regional, onde a eleição do novo presidente catalão, o socialista Salvador Illa, estava sendo preparada.
Depois de fazer um breve discurso, Puigdemont desapareceu, apesar dos amplos esquemas de segurança colocados em prática para prendê-lo.
Puigdemont ainda está sob mandado de prisão depois que a Suprema Corte decidiu que ele não pode se beneficiar de uma lei de anistia para apoiadores catalães pró-independência indiciados pelos eventos de 2017, aprovada pelo Parlamento espanhol no final de maio.
Turull disse que Puigdemont teve que variar seu plano inicial, que era retornar para participar da sessão de posse como membro eleito do parlamento catalão.
"O primeiro cenário previsto era que ele poderia retornar", tendo se beneficiado "da lei de anistia", mas "há juízes que decidem não aplicar a lei", explicou Turull.
Tampouco foi previsto "que haveria uma mobilização policial como nunca vimos na Catalunha para o maior criminoso, terrorista, traficante de drogas (...) para prender uma pessoa" sobre a qual há um mandado de prisão "ilegal", disse Turull, que afirmou que é por isso que Puigdemont mudou seus planos à medida que avançava.
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