O presidente panamenho José Raul Mulino usou as redes sociais para criticar as falas do presidente Donald Trump, empossado na tarde desta segunda-feira (20/1), sobre a retomada do controle do Canal do Panamá e a acusação de que o país centro-americano desrespeitou o tratado de neutralidade exigido nas operações. Ele chegou a escrever: "O Canal do Panamá está e seguirá em mãos panamenhas."
"O canal não foi concessão de ninguém. Foi resultado de lutas por gerações e produto do tratado Torrijos-Carter. E, desde então, temos administrado e expandido com responsabilidade para servir ao mundo e ao seu comércio, inclusive aos Estados Unidos", postou Mulino em duas publicações diferentes.
O panamenho ainda afirmou que a Constituição panamenha, o Direito Internacional e o tratado garantem a soberania do país sobre o Canal.
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Durante a posse, Trump voltou a afirmar que "navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não estão sendo tratados de forma justa, e isso inclui a Marinha dos Estados Unidos". Ele também acusou a China de comandar as operações do local.
Poucos dias antes de assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump afirmou que não descarta a possibilidade de usar força militar para retomar o controle do Canal. Uma ameaça similar foi feita sobre uma possível anexação da Groenlândia, território dinamarquês próximo ao Polo Norte.
O Canal, que permite o trânsito de navios entre os oceanos Atlântico e Pacífico, através do istmo do Panamá, foi concluído pelos americanos em 1913 e ficou sob controle dos EUA até 1999, quando foi devolvido ao país centro-americano devido ao Tratado Torrijos-Carter, assinado em 1977.
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Mulino, que é filiado ao partido Realizando Metas, de orientação conservadora e liberalismo econômico, assumiu o cargo de presidente do país, sucedendo Laurentino Cortizo, do Partido Revolucionário Democrático, legenda de centro-esquerda.