ARQUEOLOGIA

Esqueleto 'retorcido' em túmulo exótico pode indicar ritual contra vampiros

O protocolo, ligado ao medo de vampiros, buscava impedir que os mortos retornassem à vida e ocorria quando um indivíduo era considerado pecador

Publicidade
Carregando...

Pesquisadores encontraram um esqueleto decapitado em um túmulo exótico durante escavação no sítio arqueológico de Rasaska, na Croácia. O posicionamento peculiar dos ossos, que estavam bagunçados, com grandes pedras colocadas próximas ao crânio e aos pés, sugere um sepultamento que pode ter seguido um ritual. O protocolo, ligado ao medo de vampiros, buscava impedir que os mortos retornassem à vida e ocorria quando um indivíduo era considerado pecador. O sítio arqueológico foi descoberto em 2011.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

Isso era feito, pois na crença eslava medieval, a alma não abandonava o corpo logo após a morte: ela só se libertava quando o corpo estava completamente decomposto, o que aconteceria depois de 40 dias.

Escavação no sítio arqueológico de Rasaska

Escavação no sítio arqueológico de Rasaska

Divulgação/Milica Nikoli?

A descoberta indica que os europeus acreditaram em vampiros durante séculos. Em entrevista ao Live Science, a arqueóloga Natasa Sarkic conta que temer espíritos do mal é uma realidade comum entre os países do leste europeu e que essa ideologia permaneceu mesmo com a adoção do cristianismo.

Os ossos pertenciam a um homem que, além de decapitado, foi enterrado com o corpo parcialmente torcido. Marcas apontam que ele sofreu um traumatismo craniano agressivo, prática comum em casos de suspeita de “vampirismo”.

Outro ponto levantado, é a diferença entre a realidade e a ficção, uma vez que os “vampiros” medievais não se assemelham em nada com os que observamos na cultura pop, como em filmes e séries, por exemplo. "Ao contrário dos vampiros aristocráticos conhecidos por sua pele pálida e figuras esbeltas, os vampiros do folclore dos Bálcãs eram frequentemente descritos como inchados, com unhas longas e com uma pele avermelhada ou escura", disse Sarkic. "Portanto, qualquer cadáver em estágio avançado de decomposição pode se assemelhar a um 'vampiro'", complementa.

Além disso, o vampirismo carregava um peso social. Pessoas marginalizadas ou consideradas "impuras" eram tidas como possíveis vampiros. Até mesmo traços físicos que causassem preconceito podiam fazer com que alguém fosse visto como capaz de voltar como uma entidade sobrenatural.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos

Tópicos relacionados:

arqueologia croacia vampiro

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay