O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, "não está pronto" para assinar um acordo que daria aos Estados Unidos um acesso prioritário para explorar os minerais do país, afirmou à AFP uma fonte próxima ao tema.

O presidente americano, Donald Trump, quer que a Ucrânia dê acesso às empresas americanas como compensação por dezenas de bilhões de dólares de ajuda fornecida sob o mandato de seu antecessor Joe Biden.

"O presidente [Zelenski] não está pronto para aceitar a forma atual do projeto. Continuamos tentando introduzir mudanças, e de forma construtiva", indicou a fonte neste sábado (22) à AFP.

"Não há obrigações americanas no acordo no que diz respeito a garantias ou investimentos, tudo sobre isso é muito vago, e querem nos tirar 500 bilhões de dólares", acrescentou.

"Que tipo de parceria é essa? [...] E não há resposta sobre porque temos que dar 500 bilhões de dólares", continuou a fonte.

A Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, propôs emendas ao texto, disse a fonte.

A ex-república soviética exige garantias de segurança aos Estados Unidos em troca de dar acesso a seus recursos naturais e minerais.

O desacordo sobre o texto ocorre em meio a tensões entre Zelensky e Trump, que acusou seu homólogo ucraniano de ser um "ditador", no início desta semana.

Mike Waltz, assessor de segurança nacional de Trump, sugeriu na sexta-feira que Zelensky assinaria em breve o acordo, embora seu conteúdo ainda não tenha sido divulgado.

No plano europeu, na noite deste sábado, o presidente Zelensky elogiou o Reino Unido por sua "liderança" em relação à guerra com a Rússia, após o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ter expressado por telefone o "apoio inabalável" de Londres a Kiev.

Às vésperas do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, Starmer afirmou que era do interesse dos Estados Unidos "apoiar" Kiev.

"É do interesse do Reino Unido e dos Estados Unidos apoiar a Ucrânia com garantias de segurança", escreveu o primeiro-ministro britânico em um artigo para o The Sun publicado neste sábado.

Starmer e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, haviam insistido horas antes na "necessidade de garantir uma paz justa e duradoura" na Ucrânia, enquanto milhares de pessoas se manifestavam em Londres para apoiar os ucranianos.

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