Mãe que procura filhos há 15 anos quer que eles sejam considerados mortos
Meninos tinham entre 5 e 9 anos quando desapareceram, mas os corpos nunca foram encontrados
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Siga noDepois de 15 anos, a americana Tanya Zuvers finalmente conseguiu que a Justiça reconhecesse que seus três filhos, Andrew, Alexander e Tanner, estão mortos. Os três meninos tinham entre 5 e 9 anos quando desapareceram. Apesar de reconhecer a morte dos garotos, os corpos nunca foram encontrados.
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De acordo com os investigadores do Departamento de Polícia de Morenci, Polícia Estadual de Michigan e o FBI (serviço de segurança e inteligência dos Estados Unidos), o pai dos meninos, John Skelton, matou os três em algum momento na madrugada de 26 de novembro de 2010, 12 horas antes de devolvê-los à mãe.
O pai está na prisão, mas não é acusado de assassinato. Ele nega que tenha matado os filhos e defende que eles estão vivos, em “alguma organização clandestina”.
Data da morte
O pedido da mãe era que a Justiça declarasse que Andrew, Alexander e Tanner morreram em 26 de novembro de 2010, para que ela pudesse ser adicionada às suas lápides. "O pai deles não demonstrou respeito por eles. Qualquer pai amoroso não teria feito o que ele fez. E eu devo a eles o respeito, podemos não ter seus corpos, mas suas vidas ainda significam algo e há um lugar para onde ir”, disse durante a audiência da última segunda-feira (3/3).
No entanto, o juiz responsável reconheceu não ter evidências suficientes para descobrir se os meninos foram assassinados. Por isso, a data da morte ficou definida em 26 de novembro de 2015. Segundo a legislação local, uma pessoa pode ser legalmente declarada morta se não for vista por cinco anos e sua ausência não for explicada após uma busca ou investigação diligente.
Os três irmãos foram vistos pela última vez no quintal da casa do pai, no dia 25 de novembro de 2010. Na manhã seguinte, a mãe buscou a polícia para relatar o desaparecimento, depois que o pai não os devolveu a ela.
John Skelton disse às autoridades que deu os meninos a uma mulher chamada Joann Taylor para que os levasse para a casa da mãe. Buscas foram realizadas na época, mas, dois dias depois, o chefe de polícia de Morenci, Larry Weeks, disse que não tinha certeza se Joann Taylor existia.
Em 30 de novembro de 2010, o policial declarou que não esperava um final feliz para o caso. John Skelton tentou suicídio e foi levado sob custódia de uma instituição de saúde mental. Depois disso, ele foi preso por três acusações de sequestro parental.
Skelton foi considerado culpado em 2011 e condenado a 15 anos de prisão. A sentença está programada para terminar este ano, com sua libertação marcada para novembro. Os 15 anos são o máximo permitido pela lei local para esse crime.
Perfil falso
De acordo com o FBI, John Skelton tinha criado, pouco antes do desaparecimento dos filhos, um endereço de e-mail e uma conta em um site de maternidade com o nome de Joann Taylor. Tanya Zuvers também usava o mesmo site.
Com o perfil falso, o pai mandava mensagens para Zubers. Além disso, nos dias que antecederam o desaparecimento dos meninos, ele fez pesquisas online sobre veneno de rato e como quebrar um pescoço, espinha, medula espinhal, cérebro e tronco cerebral.
Os investigadores também conseguiram rastrear o celular de Skelton. Entre 4h e 6h45 da manhã do dia 26, ele estava em sua outra casa, onde acreditam que os corpos tenham sido despejados.
Skelton não compareceu à audiência, mas apareceu brevemente por vídeo da prisão onde está preso. O juiz deu a ele a opção de ficar para assistir ao processo ou ir embora. Ele optou por não participar. "Todo mundo tem advogados. Eu não", teria dito.
Na audiência, Tanya contou que ela e John tinham um bom casamento até setembro de 2010, quando ele viajou com os meninos para outro estado, por cerca de uma semana. O casal tinha conversado em se mudar para mais perto da família de Skelton.
No entanto, ela não queria se mudar, porque os meninos tinham acabado de começar a escola. Além disso, ela temia se mudar e prejudicar sua vida na Justiça, já que ela era acusada de agressão sexual. O caso aconteceu em 1998 e não está mais nos registros judiciais.
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Em função dessas divergências, os dois se afastaram e se divorciaram. Segundo a mãe, Skelton chegou a se mudar com os filhos, mas foi aconselhado a voltar para a cidade em que morava. Os pais dos meninos começaram, então, a elaborar um cronograma para definir as datas quando cada um ficaria com os filhos.
O combinado era que Skelton ficasse com os filhos no dia 25 de novembro, que era o Dia de Ação de Graças e devolvesse-os até as 15h do dia seguinte, o que nunca aconteceu. Se estivessem vivos, Andrew teria 23 anos, Alexander 21 e Tanner 19.