A Rússia terminou de emitir passaportes aos ucranianos que vivem em partes do país tomadas pelo Exército de Moscou, informaram funcionários nesta quarta-feira (5), um processo que Kiev condena como uma tentativa ilegal de apagar a identidade ucraniana da região. 

Desde o início de sua ofensiva militar em grande escala em fevereiro de 2022, Moscou insta os ucranianos que vivem no sul e leste do país a se tornarem cidadãos russos. 

Aqueles que se negam enfrentam restrições em sua mobilidade e dificuldades para acessar serviços públicos, como atenção médica e educação fornecidos pelas autoridades impostas pela Rússia. 

Os ucranianos que não obtêm passaporte russo são considerados cidadãos estrangeiros. 

"No ano passado a 'passaportização' dos moradores das áreas liberadas das Repúblicas de Lugansk e Donetsk (e as regiões de Kherson e Zaporizhzhya) se completou praticamente em sua totalidade", indicou o presidente Vladimir Putin em uma reunião com funcionários do Ministério do Interior em Moscou. 

Em 2022, a Rússia afirmou ter anexado essas quatro regiões, apesar de não ter o controle total sobre elas. 

O ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, disse que haviam sido entregues 3,5 milhões de passaportes. 

Antes mesmos de sua ofensiva em grande escala, a Rússia já oferecia cidadania facilitada aos residentes das partes das regiões de Donetsk e Lugansk que estavam sob o controle dos separatistas apoiados por Moscou. 

Kiev qualifica o processo de "ilegal" e de uma "grave violação da soberania da Ucrânia". 

Também é rechaçado pelos governos ocidentais e grupos de direitos humanos, e a União Europeia não aceita tais passaportes como documentos de viagem legítimos. 

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