A Guiana pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que adote medidas cautelares contra as eleições que a Venezuela pretende realizar no disputado território do Essequibo, previstas para 25 de maio, informou esse tribunal nesta sexta-feira (7). 

Em um documento formalizado na quinta-feira, a Guiana pediu à CIJ medidas para que a Venezuela "não realize nenhuma eleição em ou em relação a nenhuma parte do território do lado da linha limítrofe da Guiana" estabelecida em 1899 por um laudo arbitral. 

O país também solicitou que a CIJ instrua a Venezuela a "se abster de tomar qualquer ação que busque modificar a situação que atualmente prevalece no território em disputa", informou a Corte em um comunicado. 

O caso remonta a 2018, quando a Guiana apresentou sua primeira demanda ante a CIJ por causa da disputa territorial pelo Essequibo, uma região rica em petróleo. Nesse mesmo ano, a Venezuela questionou a jurisdição dessa corte. 

Um laudo arbitral adotado em Paris em 1899 concedeu a soberania do território à então Guiana britânica, decisão que depois a Venezuela considerou nula. 

Esta semana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou que tomará medidas para deter a "ação ilegal" da gigante ExxonMobil na região. 

A advertência se deu dias depois de o governo guianês denunciar a entrada de um navio da Marinha venezuelana "em águas da Guiana". 

Em abril de 2024, a Guiana concedeu um novo contrato à ExxonMobil, que voltou a tensionar as relações e que a Venezuela tachou de "ilegal". 

Em 17 de fevereiro, a Guiana denunciou que seis soldados ficaram feridos em uma emboscada de supostos membros de uma facção criminosa venezuelana, em um incidente que a Venezuela classificou como "montagem". 

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