TARIFAÇO

Trump taxa produtos brasileiros em 10% e diz: 'Estamos sendo muito gentis'

Como justificativa para a medida, o presidente afirma que as demais nações exploram os EUA com tarifas elevadas de importação para produtos norte-americano

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2/4) que vai impor tarifas tarifas recíprocas sobre produtos comprados de outros países.

Trata-se do movimento mais forte do republicano até agora em direção ao que pode ser uma guerra comercial mundial. Trump se refere ao anúncio como o Dia da Libertação e chama as tarifas de recíprocas.

Em quadro mostrado pelo presidente norte-americano, o Brasil aparece com taxa de 10%. "Estamos sendo muito gentis, somos pessoas muito gentis. Nós vamos cobrar aproximadamente metade daquilo que eles nos cobram. As tarifas não serão completamente recíprocas", afirmou o republicano.

Em conversas oficiais antes do anúncio, o Brasil foi citado por integrantes do governo americano como um país que exige licenças para importar produtos agrícolas, em um exemplo dos tipos de barreiras que incomodam a gestão Trump.

Além da tarifa recíproca, todos os países com os quais os Estados Unidos fazem comércio pagarão uma taxa linear de 10%, que entrará em vigor já neste sábado (5).

O governo brasileiro estava pessimista antes do anúncio e com poucos detalhes sobre como o Brasil seria atingido. Preparando-se para o que viria, o Senado aprovou nessa terça-feira (1º) um PL (projeto de lei) que autoriza o governo a retaliar comercialmente países que imponham barreiras discriminatórias contra produtos brasileiros, unindo a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à bancada ruralista. O texto deve ser apreciado na Câmara ainda nesta semana.

Como justificativa para a medida, o norte-americano afirma que as demais nações exploram os Estados Unidos com tarifas elevadas de importação para produtos americanos. Argumenta também que esta é uma maneira de atrair fábricas para os EUA, numa tentativa de reindustrializá-lo em setores-chave.

A imposição das sobretaxas ocorre apesar do alerta de integrantes do mercado e do próprio governo Trump de que o ato pode gerar inflação nos EUA, além de prejudicar a relação com as demais nações.

Analistas do Deutsche Bank Research afirmaram nesta quarta que outros impostos a produtos estrangeiros já anunciados por Trump elevaram a tarifa média nos EUA para 12%. Em nota, eles dizem que este seria o nível mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial.

O documento ainda afirma que as novas barreiras anunciadas nesta quarta por Trump podem ampliar a tarifa média aplicada pelos EUA a 18%, se aproximando de um nível registrado no país no início dos anos 1930, no período pós-aprovação Lei Tarifária Smoot-Hawley, o que contribuiu para a Grande Depressão.

O problema alertado por economistas é que a tendência é de as empresas repassarem os custos extras aos consumidores, impulsionando a inflação nos EUA.

Trump já anunciou sobretaxas ao Canadá, México e China, tarifou indústrias de automóveis, além do alumínio e o aço. O Brasil é um dos países mais afetados com as tarifas extras para o aço.

Produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, estão entre os principais itens exportados pelo Brasil aos EUA, ao lado de petróleo bruto, produtos semiacabados de ferro e aeronaves. Segundo dados do governo americano, o Brasil está entre os três maiores fornecedores de aço ao país (ao lado de México e Canadá), com US$ 2,66 bilhões vendidos no ano passado.

Recentemente, Trump também anunciou tarifas sobre automóveis importados, medida que pode impactar o setor de autopeças nacional. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em componentes do tipo para os Estados Unidos.

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