Capriles desafia boicote da oposição e disputará eleições legislativas na Venezuela
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Siga noO duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles buscará uma vaga no Parlamento venezuelano nas eleições de 25 de maio, uma decisão pela qual seu partido o expulsou nesta segunda-feira (14), em meio aos apelos da oposição por um boicote a esses comícios.
Duas fontes próximas a Capriles confirmaram à AFP sua candidatura, que ainda não é oficial. Não está claro como ele conseguiu se inscrever, já que fazia parte de uma longa lista de opositores inabilitados para exercer cargos públicos.
Seu partido, o Primeiro Justiça, o expulsou após acusá-lo de liderar "negociações com a ditadura" para conseguir que fosse levantada essa sanção, imposta em 2017 e vigente até 2032.
"Aqueles que hoje baixam a cabeça diante do regime e participam de sua farsa dão as costas à vontade da grande maioria do país", disse a organização em um comunicado.
A Venezuela renovará a Assembleia Nacional e as governadorias estaduais nas eleições de maio. A líder opositora María Corina Machado, com o apoio da coalizão de partidos Plataforma Unitaria, convocou a abstenção, após denunciar fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro no último 28 de julho.
Capriles desconsiderou essa instrução e lançou o movimento político Decide.
"Eu vou votar, mas também quero dizer a vocês que eu vou participar", reiterou no domingo Capriles, que já foi deputado em 1999.
"Vou dar um passo à frente, para não ficar simplesmente dando uma opinião", acrescentou o político, candidato presidencial contra o falecido Hugo Chávez em 2012 e contra Maduro um ano depois.
O partido Primeiro Justiça também expulsou Tomás Guanipa, também candidato ao Parlamento, e Juan Requesens, que aspira à governadoria de Miranda.
Requesens ficou preso por três anos, acusado de uma tentativa de magnicídio contra Maduro. Foi libertado em 2023 após uma negociação com o governo liderada por Capriles.
O atual governador do estado petroleiro de Zulia e também ex-candidato presidencial, Manuel Rosales, buscará a reeleição.
Maduro, por sua vez, realizou uma reunião com candidatos do chavismo nesta segunda-feira e prometeu uma vitória.
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