Centenas de coalas são mortos com tiros de snipers; saiba o motivo
Abate dos animais por helicópteros no estado de Victoria, na Austrália gera protestos de grupos de ambientalistas e temor por filhotes órfãos
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Siga noA morte de centenas de coalas por meio de tiros disparados de helicópteros no Parque Nacional Budj Bim, no estado de Victoria, Austrália, desencadeou uma onda de protestos e forte indignação por parte de grupos de ambientalistas.
A medida, conduzida sem aviso prévio ao público, foi justificada pelo governo como uma forma de aliviar o sofrimento dos animais após incêndios devastarem cerca de 2 mil hectares da área protegida. Estima-se que mais de 700 coalas já tenham morrido até o momento.
De acordo com o jornal britânico The Independent, a ação levanta sérias preocupações éticas e técnicas. Segundo organizações como Friends of the Earth Melbourne e Koala Alliance, o método adotado - o uso de atiradores embarcados em helicópteros - não permite uma avaliação precisa do estado de saúde dos animais. Há relatos de fêmeas com filhotes sendo abatidas, o que pode deixar dezenas de animais órfãos à mercê da fome, do frio e de predadores.
"É cruel, é desumano. Se coalas foram atirados para fora das árvores, muitos filhotes certamente estão sofrendo ou já morreram", denunciou a Koala Alliance, em comunicado nas redes sociais.
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O governo estadual afirma que seguiu recomendações veterinárias e que a eutanásia visou apenas animais em sofrimento extremo, vítimas de queimaduras, desidratação severa e outras lesões graves. No entanto, a falta de transparência no processo, o isolamento da área com bloqueio de espaços e a proibição da entrada de socorristas geraram ainda mais desconfiança.
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Além disso, há pedidos por uma moratória imediata na extração de eucaliptos em plantações comerciais próximas ao parque, já que essas áreas são refúgio para os bichinhos sobreviventes. A exploração madeireira, combinada com incêndios recorrentes, tem sido uma das maiores ameaças à espécie, que está classificada como vulnerável à extinção em boa parte da Austrália.
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Os ativistas pedem agora uma investigação independente para apurar a condução da operação, com participação de especialistas em vida selvagem e veterinários externos. Para eles, o abate aéreo de coalas, inédito no país, cria um precedente perigoso.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice