Papa Francisco deixa hospital após 40 dias e estado de saúde vem à tona - (crédito: Tupi - Pablo Oliveira)
crédito: Tupi - Pablo Oliveira
Embora dois dos últimos cinco papas tenham sido canonizados (considerados santos), o simples fato de liderar a Igreja Católica não garante a santidade. Por isso, o papa Francisco, mesmo sendo uma figura popular e reformista, também precisará passar por um rigoroso processo caso venha a ser considerado para a canonização no futuro.
Mas nem sempre foi assim. Nos primeiros séculos da Igreja, ser papa quase automaticamente significava alcançar a santidade. São Pedro, considerado o primeiro pontífice da Igreja Católica, é um dos 48 dos primeiros 50 papas que foram declarados santos. Porém, com o passar do tempo, o cenário mudou: atualmente, apenas 80 dos 266 papas que existiram foram canonizados.
Além disso, outros 11 papas estão na lista de beatificados — a etapa anterior à canonização. Isso mostra que, hoje, a santidade não é automática, mas resultado de um longo e criterioso processo.
Para que alguém seja declarado santo, primeiro é preciso ser reconhecido como "venerável", após uma investigação minuciosa conduzida pelo Dicastério das Causas dos Santos, no Vaticano. Essa análise avalia a vida, as virtudes e os escritos do candidato.
O cardeal italiano Giovanni Battista Re abençoa o caixão do Papa Francisco
AFP
O cardeal italiano Giovanni Battista Re abençoa o caixão do Papa Francisco
Tiziana FABI / AFP
Fiéis se despedem do papa Francisco
Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis tiram fotos com seus celulares do caixão enquanto papa é transportado de papamóvel da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore
HENRY NICHOLLS / AFP
Freiras esperam sob uma faixa com a inscrição em italiano "Obrigado, Francisco" durante a cerimônia fúnebre do papa, no centro de Roma
Piero CRUCIATTI / AFP
Cardeais comparecem à cerimônia fúnebre do falecido Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano
Filippo MONTEFORTE / AFP
Voluntário acende uma vela no memorial do Papa Francisco durante o funeral do pontífice
JEFF PACHOUD / AFP
Carregadores levam o caixão durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro
Filippo MONTEFORTE / AFP
Fiéis assistem passagem do caixão do papa
Piero CRUCIATTI / AFP
Gárgula observando a cerimônia fúnebre do Papa Francisco na Praça de São Pedro
Filippo MONTEFORTE / AFP
Cortejo leva Francisco à Basílica de Santa Maria Maggiore
Piero CRUCIATTI / AFP
Cortejo leva Francisco à Basílica de Santa Maria Maggiore
Piero CRUCIATTI / AFP
Caixão de Francisco antes de entrar na Basílica de Santa Maria Maggiore
Piero CRUCIATTI / AFP
Corpo de Francisco chega à Basílica de Santa Maria Maggiore
Piero CRUCIATTI / AFP
Carregadores levam o caixão do falecido Papa Francisco para a Basílica de Santa Maria Maggiore, seu local de descanso final
Stefano Costantino / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel
Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel
Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel
Piero CRUCIATTI / AFP
Pessoas carentes seguram rosas brancas enquanto o caixão do Papa Francisco chega para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore
Stefano Costantino / AFP
O caixão do Papa Francisco levado por carregadores até a Basílica de Santa Maria Maggiore
AFP
Pessoas se reúnem ao longo da Via dei Fori Imperiali enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore
AFPDamien MEYER / AFP
Carregadores levam o caixão do Papa Francisco dentro da Basílica de São Pedro, no final da missa da cerimônia fúnebre
Tiziana FABI / AFP
Carregadores levam o caixão do falecido Papa Francisco, seguidos por membros do clero
Andreas SOLARO / AFP
Pessoas se reúnem na Via della Conciliazione durante a cerimônia fúnebre do Papa Francisco, perto do Vaticano
HENRY NICHOLLS / AFP
Mulher chora em último adeus ao papa
Piero CRUCIATTI / AFP
Participantes, líderes mundiais, membros da realeza e membros do clero no funeral do papa
AFPAndreas SOLARO / AFP
Membros do público seguram uma faixa com os dizeres "Muito humano"
Alberto PIZZOLI / AFP
Fiéis choram a morte do papa
Isabella BONOTTO / AFP
(1ª FILEIRA - DA E PARA A dir.) O presidente dos EUA, Donald Trump, e sua esposa, Melania Trump, o presidente da Estônia, Alar Karis, o rei da Espanha, Felipe VI, (2ª FILEIRA) O presidente da Polônia, Andrzej Duda, e sua esposa, Agata Kornhauser-Duda, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e a primeira-dama, Liza Araneta Marcos
Isabella BONOTTO / AFP
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, a primeira-dama , Rosangela Lula da Silva
Alberto PIZZOLI / AFP
Fiéis comparecem à cerimônia fúnebre do Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano
Tiziana FABI / AFP
Depois, é necessário comprovar um milagre atribuído à intercessão da pessoa, o que permite a beatificação. Um segundo milagre é exigido para a canonização definitiva. No fim, a decisão final cabe ao papa em exercício.
João XXIII e João Paulo II foram os últimos papas a serem canonizados, em uma cerimônia conjunta presidida pelo próprio Papa Francisco, em 2014.
Historicamente, o processo de canonização levava séculos: de 1588 a 1978, o tempo médio era de 262 anos após a morte, segundo a pesquisadora Rachel McCleary, da Universidade de Harvard. Esse número caiu para pouco mais de 100 anos nos últimos três papados, impulsionado por mudanças feitas por João Paulo II, que reduziu o período de espera obrigatório para iniciar a causa de canonização para cinco anos.
Esse tempo, no entanto, pode ser dispensado. João Paulo II foi canonizado apenas nove anos após sua morte, com forte pressão popular. Durante seu funeral em 2005, multidões gritaram "Santo, subito" ("Santidade agora"). Seu sucessor, Bento XVI, atendeu ao apelo e acelerou o processo.
A velocidade da canonização de João Paulo II, contudo, gerou questionamentos. Um relatório do Vaticano de 2020 indicou que o pontífice pode ter ignorado acusações de abuso sexual envolvendo o ex-padre Theodore E. McCarrick. A revelação levantou dúvidas sobre se a canonização de João Paulo II não teria ocorrido de maneira precipitada.
Esses episódios mostram que, apesar da popularidade, o caminho até a santidade é cheio de etapas rigorosas e análises profundas — algo que também deve ser levado em conta se, um dia, o papa Francisco for indicado para se tornar santo.