Especialistas designados pelo governo de Trump apoiam reivindicação de antivacinas
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Siga noUm painel de especialistas designado pelo secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., conhecido pela sigla ACIP, se opôs na quinta-feira (25) ao uso de um componente presente em algumas vacinas, uma demanda histórica do movimento antivacina.
O ingrediente em questão, o timerosal, é um conservante utilizado em vacinas contra a gripe.
Composto de mercúrio, ele é muito pouco utilizado em injeções e sua periculosidade não foi demonstrada em doses baixas.
Kennedy Jr., designado por Donald Trump, divulgou nos últimos anos, especialmente através da organização Children's Health Defe, informações errôneas sobre vacinas, incluindo supostos vínculos entre o timerosal e o autismo.
Recentemente, ele destituiu os 17 membros desse painel consultivo, acusando-os de conflitos de interesse com a indústria farmacêutica, e anunciou a nomeação de oito novos membros, dentre eles várias pessoas controversas, como um bioquímico apreciado pelos antivacinas.
"O fato de estarmos falando novamente sobre o timerosal [...] demonstra como o ACIP está se tornando uma plataforma onde se revivem os argumentos antivacinas quando a maioria de nós acreditava que eles estavam arquivados", declarou à AFP Amesh Adalja, especialista em doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins.
O novo painel recomendou eliminar o timerosal das vacinas para crianças, gestantes e, caso necessário, para todos os adultos.
"O risco associado à gripe é muito maior do que o risco inexistente que conhecemos do timerosal", afirmou Cody Meissner, professor do Dartmouth College, a única voz dissidente do painel.
Antes da votação, nesta mesma quinta-feira, a enfermeira Lyn Redwood, ex-diretora da Children's Health Defense, foi convidada a falar contra o timerosal.
Cientistas descobriram que, na versão inicial de seu discurso, posteriormente modificada, ela citava um estudo inexistente.
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