Parlamento francês volta a autorizar uso de pesticida polêmico

O Parlamento francês aprovou nesta terça-feira (8) que os agricultores possam voltar a usar um pesticida polêmico, apesar da oposição de parte do setor devido ao seu impacto na morte de abelhas.

Essa medida busca atender aos principais sindicatos agrícolas da França, que protagonizaram intensas mobilizações em 2024 para protestar contra sua situação e contra o acordo comercial União Europeia-Mercosul.

A proposta de lei, que recebeu nesta terça-feira o aval final da Assembleia Nacional (Câmara Baixa), prevê a reintrodução de forma excepcional e sob condições do acetamiprido.

Os efeitos desse pesticida do tipo neonicotinoide sobre os seres humanos — que está autorizado em outros lugares da Europa — são motivo de preocupação, embora os riscos sejam incertos devido à falta de estudos amplos.

"A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar sempre defendeu o uso dessa molécula do ponto de vista científico", argumentou o deputado governista Jean-Luc Fugit.

Produtores de beterraba ou avelã reivindicam seu uso, por considerarem que não têm nenhuma alternativa contra as pragas e por denunciarem que enfrentam uma concorrência desleal.

Por outro lado, os apicultores o consideram "um assassino de abelhas". "Os deputados que votarão a favor da lei (...) votarão pelo envenenamento de seus filhos", alertou a líder ecologista Marine Tondelier.

A proposta de lei também prevê medidas para facilitar o armazenamento de água para irrigação, em um contexto de escassez relacionada às mudanças climáticas.

Mas essas medidas são fortemente criticadas pela esquerda, que denuncia uma "má adaptação", assim como aquelas que preveem facilitar a ampliação ou a criação de edifícios de pecuária intensiva.

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