JULGAMENTO

Homem escreveu a Trump após matar o pai: ‘Sou um patriota’

Acusado disse que assassinato fazia parte de plano para derrubar governo federal; promotores descrevem crime como "frio e calculado"

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Justin D. Mohn está sendo julgado no tribunal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, nesta semana, acusado de matar e decapitar o próprio pai, Michael F. Mohn, e de postar um vídeo com a cabeça da vítima no YouTube em janeiro de 2024. Ele responde às acusações de homicídio, abuso de cadáver, terrorismo e posse de material explosivo. Após o crime, John enviou cartas a Donald Trump, então presidenciável dos Estados Unidos, dizendo que agiu “em nome da revolução contra um governo corrupto”, se referindo ao então presidente Joe Biden. 

O assassinato ocorreu na casa onde Justin morava com os pais, em Levittown, nos arredores da Filadélfia. Segundo a promotoria, o acusado atirou no pai com uma pistola recém-adquirida e, em seguida, decapitou o homem com uma faca e um facão de cozinha. O corpo foi encontrado por sua mãe, Denice Mohn, em um dos banheiros da residência. 

A cabeça da vítima foi localizada envolta em plástico, dentro de uma panela, em um cômodo próximo. Justin publicou no YouTube um vídeo de 14 minutos em que ele  segurava a cabeça decapitada e proferia um discurso que misturava retórica antigovernamental, defesa de milícias armadas e ataques a políticos. O conteúdo ficou no ar por horas antes de ser removido.

Segundo a promotora Jennifer Schorn, o vídeo — intitulado “Milícia de Mohn” — funcionava como um “chamado às armas” e foi filmado no mesmo cômodo onde foram encontradas luvas ensanguentadas. Nele, o réu se autodenomina “comandante da rede nacional de milícias dos Estados Unidos” e aconselha seguidores a torturar e matar funcionários públicos.

Cartas

Justin escreveu cartas a figuras públicas e autoridades — incluindo Donald Trump, o comentarista Joe Rogan, a embaixada russa e o presidente Vladimir Putin — afirmando que “não se arrependia” do que fez e que agiu em nome da revolução contra um governo corrupto, se referindo ao então presidente Joe Biden. Em uma das mensagens, ele se desculpa com Putin por se autointitular "czar da Rússia" e pede refúgio. A Trump, ele disse que matou o pai por ser um patriota. 

Após o crime, Justin foi localizado em Fort Indiantown Gap, sede da Guarda Nacional do estado, onde foi preso ao tentar entrar na base militar. Ele carregava uma pistola, além de um pendrive com imagens de prédios federais e instruções de fabricação de explosivos. Mohn teria declarado que queria “convencer os soldados da Guarda Nacional a se voltarem contra o governo dos EUA”.

A arma usada no crime havia sido comprada legalmente no dia anterior ao assassinato. Para isso, Justin teria abandonado voluntariamente o uso de maconha medicinal, o que o habilitou a adquirir a pistola.

Julgamento

Durante a audiência, a mãe do acusado relatou o momento em que encontrou o corpo do marido. Em meio a lágrimas, descreveu como gritou por ajuda e correu até a casa de um vizinho. Áudios das ligações para o serviço de emergência foram reproduzidos no tribunal, com gritos e desespero ao fundo.

O legista confirmou que Michael Mohn foi morto com um tiro na cabeça enquanto provavelmente urinava no banheiro, sem sinais de luta corporal. O desmembramento ocorreu após a morte.

Mohn foi declarado mentalmente apto para julgamento em agosto de 2024, apesar de ter sido diagnosticado com transtorno delirante. Segundo a promotoria, o crime foi “frio, calculado e meticulosamente planejado”. A defesa não comentou se pretende alegar insanidade, mas adiantou que não espera chegar a um acordo com a acusação.

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O caso segue em julgamento, com novos depoimentos previstos para os próximos dias.

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