Chinês conhecido como Sister Hong foi preso crédito: Redes sociais
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um chinês identificado como Jiao foi preso em 9 de julho, na cidade de Nanquim, a 998 km da capital Pequim, acusado de fingir ser mulher para marcar encontros sexuais com homens. Ele gravava as intimidades sem autorização dos parceiros e vendia os vídeos. O caso, que ficou conhecido como o escândalo de "Sister Hong", ganhou o mundo nos últimos dias.
De acordo com o Departamento de Segurança Pública de Nanquim, Jiao, de 38 anos, utilizava perucas, maquiagem, filtros de beleza e softwares de alteração de voz para se apresentar como uma mulher divorciada em aplicativos de relacionamento. Ele marcava encontros em seu apartamento e, em vez de pedir dinheiro, solicitava presentes simples, como leite, frutas, óleo e até mesmo melancia.
Os vídeos eram comercializados por cerca de 150 yuan (aproximadamente R$ 116) em grupos privados na internet. O vazamento das imagens levou à exposição de inúmeras vítimas, causando danos como rompimento de relacionamentos, linchamentos virtuais e até transmissões ao vivo de familiares confrontando os homens identificados.
Embora rumores sugerissem que mais de 1.600 vítimas teriam sido gravadas, as autoridades negaram esse número, informando que as investigações ainda apuram a quantidade exata de pessoas envolvidas. A polícia também desmentiu boatos de que Jiao seria portador do vírus HIV e que teria infectado 11 homens com AIDS.
Um homem de 71 anos foi mais uma vítima do chamado “golpe do amor”. O idoso, residente em Jari, no Rio Grande do Sul, transferiu mais de R$ 2 milhões para uma quadrilha que fingia ser uma mulher nas redes sociais. A quantia foi repassada aos criminosos entre 2022 e 2023.
Divulgação/Polícia Civil
Segundo a Polícia Civil do RS, a vítima acreditava que estava se relacionando virtualmente com uma investidora americana que pretendia viajar ao Brasil para que os dois se encontrassem pessoalmente.
Divulgação/Polícia Civil
O idoso passou a desconfiar que estava sendo vítima de estelionato e resolveu fazer a denúncia, o que levou a polícia a instaurar a “Operação Dom Quixote”. Encabeçada pela Delegacia de Polícia de Tupanciretã (RS), a operação prendeu seis pessoas em São Paulo e outras cidades da região metropolitana suspeitas de participarem do golpe ao idoso.
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Casos do chamado "golpe do amor" tem se alastrado nos últimos anos, causando grande prejuízo emocional e material às vítimas. Tânia Rêgo/Agência Brasil
Os bandidos mantêm canais de internet para supostos relacionamentos e, quando um interessado aparece, eles marcam um encontro que, teoricamente, seria amoroso. Mas trata-se de armadilha. - Hippopx creative commons
Um caso que teve repercussão foi o de um médico de 36 anos sequestrado em 26/6/2023 em São Paulo. Ele havia marcado encontro com uma mulher e acabou sendo aprisionado em um cativeiro na zona norte da capital paulista. Reprodução TV Record
Rendido por três homens armados, ele foi amarrado e conduzido a um cativeiro na rua Joaquim Ferreira da Rocha, no bairro da Vila Brasilândia Reprodução/Google Street View
Morador de São Roque, cidade do interior, o médico permaneceu por mais de 24 horas no cativeiro com pernas e braços amarrados Daniel Whistler/Wikimedia Commons
A quadrilha se apossou de R$ 180 mil realizando transferências e empréstimos pela conta da vítima hippopx.com/Creative Commons - CC0/Public Domain
Uma denúncia anônima foi feita à polícia após a família ficar sem contato com o homem e notar as movimentações financeiras atípicas na conta da vítima Reprodução
Equipes da PM localizaram a casa feita de cativeiro e encontraram no imóvel documentos de outras possíveis vítimas do golpe Daniel Guimarães wikimedia commons
A polícia prendeu três pessoas (dois homens e uma mulher) que receberam transferências bancárias durante a prática do crime, investigado pela 13ª DP da capital paulista Reprodução/Google Street View
O boom de casos de "golpe do amor" levou a Polícia Civil de São Paulo a organizar treinamentos para protocolo de atendimento desse delito nas delegacias Ciete Silvério/Governo de São Paulo
Dados da Divisão Antissequestro da Polícia Civil indicam que nove de cada dez casos de sequestro relâmpago no estado de São Paulo são de "golpe do amor" Divulgação
O crime é executado sempre da mesma forma, com a vítima sendo seduzida por um perfil falso em aplicativo de relacionamento e surpreendida pelos bandidos no local do encontro marcado Pexels
Pelo celular das vítimas, os sequestradores fazem transações bancárias ao obterem os dados dos reféns, que são ameaçados o tempo todo. Pixabay
Estudos da Secretaria de Segurança Pública mostram que o perfil predominante das vítimas desse crime são homens mais velhos com alto poder aquisitivo Reproduçao/Facebook
A maioria dos homens vitimados por essas extorsões mediante sequestro são divorciados, mas há alvos entre casados também Imagem de Steve Watts por Pixabay
Outro caso rumoroso ocorrido em 2023 aconteceu no Dia dos Namorados, em 12 de junho, vitimando dois homens Reprodução/TV Globo
Uma das vítimas marcou encontro pelo aplicativo e um amigo foi junto porque o destino seria a mesma festa Porapak Apichodilok pexels
Os dois foram conduzidos a um matagal e policiais que circulavam nos arredores estranharam a movimentação, desbaratando o crime Reprodução/TV Record
Existe um outro modelo de "golpe do amor" que mira em geral mulheres. Nele, o crime é cometido por estelionato sentimental, com o autor sustentando relação virtual com a vítima por longo tempo e vai obtendo dinheiro dela até que resolve desaparecer - Hippopx creative commons
Aos poucos, ele vai obtendo dinheiro dela, contando histórias que a emocionam e sensibilizam, até que resolve desaparecer do mapa. reprodução tv globo
Além do crime de divulgação de material obsceno, que pode render até 10 anos de prisão, especialistas ouvidos pela imprensa chinesa apontam que Jiao pode responder por outros delitos, incluindo prostituição, caso os presentes recebidos sejam considerados pagamento pelos encontros. Um boato envolvendo um suposto homem de 60 anos, também mencionado nas redes, foi desmentido pela polícia.