Internacional

Rússia descarta avanços diplomáticos rápidos com a Ucrânia

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O governo russo afirmou, nesta segunda-feira (21), que será necessário "muito trabalho" para avançar nas negociações de paz com a Ucrânia, após mais uma noite de bombardeios russos. 

Esses ataques deixaram pelo menos um morto e nove feridos em Kiev. 

Durante sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou que as propostas de paz russas e ucranianas são atualmente "diametralmente opostas", quase três anos e meio após a invasão russa. 

"Portanto, há muito trabalho diplomático pela frente", acrescentou, especificando que Moscou está disposta a iniciar uma nova rodada de negociações, mas que uma data ainda não foi definida. 

Essas declarações foram feitas depois que o governo do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, propôs, no sábado, que a Rússia organizasse uma terceira rodada de negociações de paz esta semana, após duas reuniões sem resultados em maio e junho em Istambul. 

Essa nova rodada de negociações poderá ocorrer "entre terça e quinta-feira" e "muito provavelmente" na mesma cidade turca, disse uma autoridade ucraniana à AFP. 

Os tópicos a serem discutidos serão a continuação da troca de prisioneiros e a preparação de um possível encontro entre Vladimir Putin e Zelensky, acrescentou. 

Por enquanto, as posições de ambos os lados parecem irreconciliáveis: a Rússia quer que a Ucrânia ceda quatro regiões ocupadas, além da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie à adesão à Otan. 

Essas condições são inaceitáveis para Kiev, que deseja a retirada completa das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais, como a continuidade do fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, o que Moscou rejeita. 

No entanto, o Kremlin declarou no início deste mês que está disposto a continuar as negociações com a Ucrânia, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu à Rússia 50 dias para chegar a um acordo de paz ou enfrentar sanções.

- Novos ataques noturnos -

A Rússia lançou uma nova salva de mísseis e drones na Ucrânia durante a noite. Segundo a Força Aérea ucraniana, 426 drones e 24 mísseis russos foram lançados, causando danos principalmente nas regiões de Ivano-Frankivsk (oeste), Kharkiv (nordeste) e Kiev. Todos os mísseis e 403 drones foram neutralizados, afirmou. 

O prefeito da capital, Vitaly Klichko, informou que os ataques e os drones interceptados causaram vários incêndios na cidade e danificaram um jardim de infância, edifícios residenciais, um supermercado e a entrada de uma estação de metrô. 

O Ministério da Defesa russo, no entanto, informou que atacou "empresas do complexo militar-industrial ucraniano e aeródromos militares" e atingiu seus alvos.

- "Guerra contra a União Europeia"  -

Em mensagem no X, o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, criticou os ataques "brutais". 

"Podemos pôr fim a esse terror. Para isso, a Ucrânia precisa obter defesas aéreas adicionais e capacidades de ataque de longo alcance", acrescentou. 

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, em visita a Kiev, discutiu a cooperação militar com Zelensky, incluindo o apoio à defesa aérea. 

Mais tarde, em discurso a embaixadores em Kiev, criticou a guerra da Rússia contra a "liberdade", a "União Europeia" e os bombardeios noturnos com o objetivo de "aterrorizar" a população. 

A Ucrânia, por sua vez, continuou sua ofensiva no oeste da Rússia nesta segunda-feira. 

O Exército russo afirma ter interceptado 107 drones ucranianos, embora os ataques tenham interrompido brevemente as operações no Aeroporto Internacional de Vnukovo, nos arredores de Moscou.

bur-rco/mda/clr/mmy/mb/jc/aa

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