Uma história de resistência e instinto de sobrevivência comoveu o sul da Inglaterra. Amber, uma cadela de cinco anos resgatada no Catar, foi encontrada após mais de um mês desaparecida e uma jornada impressionante de aproximadamente 160 km, incluindo uma travessia a nado de 1,6 km até uma ilha no Canal da Mancha.

Amber havia chegado ao Reino Unido em abril para recomeçar sua vida ao lado de uma família adotiva na região de New Forest. No entanto, apenas um dia após sua chegada, escapou do jardim cercado por muros de 2,4 metros de altura. A fuga desencadeou uma mobilização nas redes sociais, com diversos moradores ajudando nos esforços de busca.

De acordo com a CNN, durante as primeiras semanas, ela foi vista em várias localidades próximas, mas sempre conseguia escapar antes de ser resgatada. A ONG KS Rescue Angels, responsável por sua transferência ao Reino Unido, organizou um monitoramento com câmeras e pontos de alimentação na tentativa de atraí-la. Mesmo assim, continuava desaparecendo em meio à vegetação e trilhas da região.

A reviravolta aconteceu quando relatos desconectados sobre um cachorro começaram a surgir em Poole, uma cidade litorânea cerca de 48 km ao sul do local do desaparecimento. Ninguém imaginava que se tratava do mesmo animal. Mas a maior surpresa ainda estava por vir: Amber havia nadado 1,6 km até a Ilha Brownsea, um santuário natural onde cães normalmente não são permitidos.

Sua estadia na ilha durou três dias. Um grupo de busca do National Trust e uma moradora local tentaram se aproximar, oferecendo alimento, mas ela, ainda assustada, tentou retornar a nado para o continente. Foi então que acabou sendo levada pela maré. Por sorte, um barco que passava a avistou e seus tripulantes conseguiram resgatá-la, com um deles entrando na água para ajudá-la a subir pela escada lateral da embarcação.

A identificação veio graças a uma cicatriz no nariz reconhecida por Sam Collins, cofundador da KS Rescue Angels. Levada imediatamente ao veterinário, Amber estava visivelmente magra, com alguns hematomas, mas surpreendentemente bem, considerando a odisseia vivida.

Desde então, voltou ao lar temporário, onde recebe cuidados redobrados e é mantida sob vigilância constante para evitar novas fugas. "Ela está cansada, mas confortável", afirmou Collins. "Apesar dos ferimentos leves, está em estado notável". 

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Seu futuro ainda será definido. A ONG avalia interessados em adotá-la, mas deixa claro que qualquer novo tutor deverá oferecer um ambiente seguro e estar preparado para os desafios que um animal com histórico de fuga pode apresentar. "Ela precisa de um lar cinco estrelas", reforça Collins.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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