A Nigéria rejeitou nesta quinta-feira (10) aceitar presos venezuelanos deportados dos Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump propôs em uma reunião com dirigentes africanos que esses países recebessem migrantes expulsos do território americano.

As deportações para terceiros países são um dos pilares da campanha de Trump contra a imigração irregular. Centenas de expulsos foram enviados, por exemplo, para um megapresídio em El Salvador.

"Os Estados Unidos estão exercendo pressão considerável sobre os países africanos para que aceitem venezuelanos deportados dos Estados Unidos, alguns saídos diretamente da prisão", disse o ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Tuggar, em entrevista a Channels Television.

"Será difícil para a Nigéria aceitar presos venezuelanos", acrescentou.

O chanceler também sugeriu que os Estados Unidos ameaçam com altas tarifas o bloco Brics, do qual a Nigéria faz parte, para pressionar na questão das deportações.

No mesmo dia, Trump recebeu na Casa Branca os presidentes de cinco países africanos (Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal) e, de acordo com o jornal Wall Street Journal, os instou a receber imigrantes expulsos dos Estados Unidos. 

O presidente de Guiné-Bissau disse aos jornalistas que Trump propôs esse tema, mas não pediu que "aceitasse os imigrantes".

Em um movimento sem precedentes, a administração Trump deportou centenas de pessoas para terceiros países como Panamá, El Salvador e Sudão do Sul.

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