O Hezbollah pode intensificar a "arrecadação de fundos" na África, na América Latina e no Caribe, segundo um fórum global dedicado ao combate de atividades ilícitas desse grupo libanês pró-Irã, informou nesta quinta-feira (10) o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Washington designou o Hezbollah como "organização terrorista estrangeira" em outubro de 1997 e afirma que o movimento, enfraquecido por uma ofensiva israelense no ano passado, recebe armas, treinamento e financiamento do Irã.
O Grupo de Coordenação de Aplicação da Lei (LECG, na sigla em inglês), criado em 2014 pelos Estados Unidos e pela Europol, realizou uma reunião nesta quarta e quinta-feira com a participação de agências de segurança, promotores e especialistas de cerca de 30 governos de Oriente Médio, América do Sul, Europa, África, Ásia e América do Norte.
O fórum "avaliou as capacidades globais de planejamento terrorista e letal do Hezbollah, à luz dos golpes significativos sofridos pela organização no último ano", afirmou o Departamento de Estado em nota oficial.
Israel matou o carismático líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque nos subúrbios de Beirute em setembro do ano passado, durante a guerra contra o grupo xiita.
Segundo Washington, os participantes do encontro concluíram que o Hezbollah "continua sendo uma organização perigosa, determinada a manter sua presença no exterior, com capacidade de atacar com pouca ou nenhuma advertência contra alvos em todo o mundo".
O grupo também analisou a situação financeira "instável" da organização e estima que o Hezbollah "poderia tentar intensificar suas atividades de aquisição e arrecadação de fundos" nas Américas, na África e em outras regiões.
Em maio, o governo do presidente Donald Trump ofereceu até 10 milhões de dólares (cerca de 55,43 milhões de reais) por informações que levem à desarticulação dos "mecanismos financeiros" do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai.
Washington suspeita que o grupo libanês atua na Tríplice Fronteira com lavagem de dinheiro, tráfico de entorpecentes, carvão vegetal e petróleo, cigarros e artigos de luxo. Também o acusa de envolvimento em comércio ilegal de diamantes e falsificação de documentos e dólares.
erl/atm/lm/rpr