Pelo menos três mortos foram registrados em um bombardeio no noroeste da Colômbia contra o Clã do Golfo, a maior quadrilha narcotraficante do país, informaram autoridades locais nesta sexta-feira (11).

As Forças Armadas tentam conter o poderoso cartel, que vem se fortalecendo em meio aos recordes mundiais de produção de cocaína.

O bombardeio ocorreu na quinta-feira, numa zona montanhosa de difícil acesso no departamento de Antioquia, e "até o momento há três cadáveres e uma pessoa capturada", disse o secretário de Segurança local, Luis Eduardo Martínez, em entrevista à Blu Radio.

Os mortos e o detido pertencem à organização de origem paramilitar, que conta com mais de 7.500 membros entre combatentes e redes de apoio.

"O bombardeio provocou um deslizamento de terra. Acredita-se que sob os escombros haja mais corpos sem vida", acrescentou o secretário.

Considerado o maior cartel do país e o principal produtor de cocaína do mundo, o Clã se autodenomina Exército Gaitanista da Colômbia.

Esse é o quarto bombardeio contra o Clã em 2025, no departamento de Antioquia.

"Estima-se que, como resultado das quatro operações aéreas de alta precisão, entre 30 e 40 integrantes do Clã do Golfo tenham sido neutralizados [mortos]", afirmou no X o ministro da Defesa, Pedro Sánchez.

Primeiro ministro da Defesa com passado militar em três décadas, Sánchez iniciou uma ofensiva contra guerrilheiros e narcotraficantes, em um momento em que as políticas de paz do governo demonstram estar estagnadas.

Sob a chamada política de "paz total", o presidente de esquerda Gustavo Petro aposta em encerrar o conflito armado que persistiu após o acordo com a extinta guerrilha das Farc em 2016.

No entanto, desde que Petro assumiu em 2022, os grupos armados financiados pelo narcotráfico vêm se fortalecendo, segundo especialistas.

Sánchez ordenou várias operações, algumas delas com bombardeios aéreos.

Analistas afirmam que essas ações respondem à pressão dos Estados Unidos para que a Colômbia adote uma linha dura contra os grupos armados que traficam cocaína.

O presidente norte-americano Donald Trump decidirá em setembro se renovará a certificação da Colômbia como aliada na luta antidrogas. Caso contrário, o país sul-americano deixará de receber recursos da cooperação para combater guerrilhas e narcotraficantes.

Petro e Trump frequentemente entram em conflito por temas como deportações de migrantes, guerra tarifária e, recentemente, um suposto complô para derrubar o presidente colombiano com apoio de políticos republicanos nos Estados Unidos.

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