SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram neste domingo (27/7) um acordo comercial que impõe tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos do bloco, mesma taxa do acordo que o presidente Donald Trump fechou com o Japão nesta terça-feira (22/7).
Segundo o presidente dos EUA, a UE concordou em comprar US$ 750 bilhões do setor de energia, investirá nos Estados Unidos US$ 600 bilhões a mais do que o investimento atual, comprará equipamentos militares e abrirá os países ao comércio com tarifa zero. Ele também afirmou que foi acordada uma tarifa de 15% sobre automóveis e todos os demais produtos.
O entendimento foi fechado durante uma reunião entre Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em seu resort de golfe em Turnberry, na Escócia.
A tarifa básica de 15% será vista por muitos na Europa como um resultado aquém das expectativas, em comparação com a ambição inicial europeia de um acordo de tarifa zero para ambas as partes - embora ainda seja melhor do que a tarifa de 30% que havia sido ameaçada.
Trump critica a União Europeia frequentemente, afirmando que ela foi "formada para ferrar os Estados Unidos" no comércio. Sua principal queixa é o déficit comercial americano em bens com a UE, que em 2024 chegou a US$ 235 bilhões (R$ 1,3 trilhão). A UE, por sua vez, destaca o superávit americano em serviços, que, segundo o bloco, ajuda a equilibrar parcialmente a balança.
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Acordos fechados
Trump já conseguiu fechar acordos com Reino Unido, Japão, Indonésia e Vietnã - embora seu governo ainda não tenha cumprido a promessa de "90 acordos em 90 dias".
O presidente americano anunciou o acordo com o Japão na noite desta terça (22/7) na plataforma Truth Social. O acerto representou uma redução em relação aos 24% anunciados em abril, mas um aumento ante a taxa temporária de 10%.
Em troca, o presidente dos EUA disse que o país asiático abrirá seus mercados para carros e arroz americanos e investirá US$ 500 bilhões no país para criar "centenas de milhares de empregos".
"Acabamos de concluir um acordo enorme com o Japão, talvez o maior já feito", escreveu. "O Japão abrirá seu país para o comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e certos produtos agrícolas e outras coisas."
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O acordo foi acompanhado no mesmo dia de outros com a Indonésia e as Filipinas, que conseguiram reduzir as tarifas impostas sobre suas exportações em troca de uma redução das taxas sobre produtos americanos importados.
Tarifas reduzidas
Em acordo celebrado na semana passada, mas detalhado nesta terça-feira (22/7), a Indonésia concordou em eliminar tarifas sobre mais de 99% de produtos dos EUA e abolir todas as barreiras não tarifárias, segundo comunicado divulgado pelos dois países.
Os EUA reduzirão as tarifas sobre a maior economia do Sudeste Asiático de 32% para 19%. A taxa é igual à anunciada para as Filipinas também nesta terça, que prometeu zerar as tarifas sobre produtos americanos, segundo publicação de Trump no Truth Social. A taxa para o Vietnã foi fixada em 20%.
Os países afetados pelas tarifas recíprocas correm para chegar a acordos com o governo americano antes do prazo de 1º de agosto, quando as taxas mais altas devem entrar em vigor. O governo brasileiro, alvo de sobretaxa de 50%, estuda diversas medidas para fazer frente ao tarifaço de Trump.
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A menos de uma semana do final do prazo para o governo dos EUA aplicar sobretaxas de 50% sobre produtos importados do Brasil, os canais de negociação formais entre o governo brasileiro e o americano seguem fechados.