México e Canadá compartilham estratégias ante ofensiva tarifária de Trump
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Siga noA presidente do México, Claudia Sheinbaum, e altos funcionários do Canadá se reuniram nesta terça-feira (5) na capital mexicana para compartilhar estratégias diante da ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os três países são parceiros no tratado de livre comércio T-MEC, um dos mais dinâmicos do mundo, que Trump quer renegociar por considerá-lo prejudicial aos interesses americanos.
Trump impôs tarifas a ambas as nações, embora com diferenças que favorecem momentaneamente o México. O T-MEC protege a maior parte das exportações canadenses e mexicanas.
"Eles estão pagando uma tarifa de 35% e o México não; vamos trocar experiências, eles querem saber como o México está alcançando esses resultados", disse à imprensa o secretário mexicano da Economia, Marcelo Ebrard, antes de se reunir com o ministro das Finanças do Canadá, François-Philippe Champagne.
"Fortalecemos a relação entre nossos países", escreveu por sua vez Sheinbaum na rede X, após receber Champagne e a chanceler do Canadá, Anita Anand.
Os encontros, que também incluíram o chanceler mexicano, Juan Ramón de la Fuente, serviram ainda para preparar a próxima visita do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, ainda sem data definida.
O governo do Canadá havia adiantado que nas reuniões seriam abordadas questões como "crescimento econômico, segurança e comércio".
Trump justifica as tarifas sobre seus dois parceiros alegando que eles não fazem o suficiente para conter a migração de pessoas sem documentos e o tráfico de fentanil.
O presidente republicano aumentou os impostos sobre os produtos canadenses de 25% para 35% a partir de 1º de agosto. Já no caso do México, adiou por 90 dias, até o fim de outubro, a imposição de tarifas de 30%, enquanto os dois países negociam um acordo.
No entanto, o México já suporta tarifas nos setores automotivo e siderúrgico.
Graças ao T-MEC, México e Canadá gozam de amplas isenções para os produtos que entram nos Estados Unidos.
Ebrard disse que a revisão do acordo comercial começará em janeiro de 2026, embora Trump insista que deve ser uma renegociação.
A eleição de Carney marcou uma mudança em relação ao seu antecessor, Justin Trudeau, que chegou a propor a exclusão do México do T-MEC, acusando o país latino-americano de permitir uma invasão de produtos chineses na região.
Agora a situação é diferente, e o governo canadense demonstra cada vez mais interesse em se aproximar do México, que deixou a porta aberta para aumentar suas importações dos Estados Unidos e negocia um acordo de segurança com o governo Trump.
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