Evo Morales diz que "não vai fugir" e que seguirá "batalhando" nas ruas
compartilhe
Siga no"Não vou fugir": o ex-presidente Evo Morales, foragido da justiça, disse em entrevista à AFP que continuará "batalhando nas ruas e estradas" da Bolívia, diante da provável vitória de seus opositores de direita nas eleições de domingo.
O líder indígena, que governou entre 2006 e 2019, pretendia buscar um quarto mandato nestas eleições, mas foi impedido por uma decisão do tribunal constitucional que determinou que ninguém pode governar o país por mais de dois períodos.
Desde o ano passado, ele se refugia em Lauca Eñe, um pequeno povoado no Trópico de Cochabamba, para evitar uma ordem de prisão por um caso de suposta exploração de uma menor quando era presidente, acusação que ele nega.
Segundo Morales, ele não deixará a Bolívia se a direita vencer, após 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo, que ele liderou até abandonar suas fileiras este ano devido a uma disputa com o presidente Luis Arce.
"Vou me defender, não vou embora. Dizem: 'Vai fugir para Cuba'. Não vou fugir", afirmou o dirigente cocalero.
As pesquisas preveem um duelo acirrado entre o milionário Samuel Doria Medina e o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002), que se enfrentariam em um segundo turno em 19 de outubro.
Ambos são ferrenhos adversários de Morales. "Estou com meu povo, não vou abandonar o povo boliviano", destacou o ex-presidente, que em 2019 exilou-se por um ano após ser forçado a renunciar em meio a protestos, depois de ser acusado de cometer fraude nas eleições daquele ano.
Nesse sentido, deu a entender que não dará trégua ao próximo governo e que estará de volta à "batalha nas ruas e nas estradas".
Morales liderou protestos violentos e bloqueios de estradas contra Arce, a quem acusou de excluí-lo da disputa eleitoral em conluio com os juízes.
str-vel/jac/mr/lm/am