Presos se rebelam e fazem guardas de reféns em prisões da Guatemala
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Siga noMembros de gangues detidos em duas prisões da Guatemala se amotinaram nesta terça-feira (12) e fizeram guardas penitenciários como reféns, informou o governo.
As autoridades atribuem o motim à recente transferência de líderes dos grupos criminosos Barrio 18 e Mara Salvatrucha para uma prisão de segurança máxima.
"Esses criminosos [membros de gangues], responsáveis por extorquir o país e assassinar o nosso povo, hoje [terça-feira] mantêm com violência valentes guardas do Sistema Penitenciário como reféns", escreveu no X o ministro do Interior, Francisco Jiménez, sem especificar o número de reféns.
O ministro informou que os presos se amotinaram em um setor do presídio Preventivo, na zona 18, ao norte da capital, assim como na prisão Fraijanes 2, na periferia nordeste da Cidade da Guatemala.
Jiménez explicou que os membros das gangues amotinados exigem que "seus principais líderes" retornem às prisões onde inicialmente cumpriam suas penas.
Cinco líderes das gangues Barrio 18 e cinco da Mara Salvatrucha foram transferidos em 31 de julho para a prisão de segurança máxima Renovación I, onde permanecem isolados e sem acesso a telefones celulares.
O ministro afirmou que esses líderes continuarão reclusos na Renovación I apesar dos motins.
Barrio 18 e Mara Salvatrucha — declarada organização terrorista pelos Estados Unidos — disputam o controle de territórios na Guatemala, onde extorquem comerciantes, transportadores e outros cidadãos. Aqueles que se recusam a pagar são assassinados.
Essas organizações também operam em Honduras, enquanto, em El Salvador, o presidente Nayib Bukele prendeu desde março de 2022 milhares de supostos membros de gangues, amparado em um regime de exceção criticado por grupos de direitos humanos, que denunciam uma série de detenções arbitrárias.
A Guatemala encerrou 2024 com uma taxa de 16,1 homicídios por 100 mil habitantes, segundo o Ministério do Interior, o dobro da média mundial.
Metade dos crimes violentos são atribuídos pelas autoridades aos confrontos entre cartéis de drogas e à disputa por território entre as gangues.
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