Internacional

No leste da Ucrânia, reunião entre Putin e Trump desperta poucas esperanças de paz

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Em Druzhkivka, no leste da Ucrânia devastado pela guerra, a iminente cúpula entre Vladimir Putin e Donald Trump importa pouco para Tania Melnikova, ocupada demais fazendo as malas para fugir das bombas russas.

"Sempre temos expectativas excessivas que nunca se cumprem, e isso dói", explica a mulher de 39 anos à AFP.

Em poucas horas, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se reunirão no Alasca, a milhares de quilômetros de distância, para discutir o destino da Ucrânia sem seu presidente, Volodimir Zelensky.

Melnikova só se aventurou a voltar para sua casa, a cerca de 15 quilômetros dos combates, para empacotar seus pertences e tentar convencer sua mãe a também ir embora.

Pois, apesar desta cúpula, a Rússia continua avançando na região de Donetsk e agora ameaça sua cidade, Druzhkivka.

As autoridades há meses pedem aos habitantes que saiam, e ontem anunciaram a evacuação obrigatória das famílias com crianças.

Em sua loja de artigos militares, Ana Iajina traça um panorama sombrio. "A guerra já está aqui, dá para sentir", descreve.

Sua cidade mudou. Os bombardeios aéreos estão se intensificando e, segundo ela, colocam à prova os nervos dos moradores.

"É difícil de suportar. Dia e noite. Cada ruído provoca uma reação. As pessoas estão exaustas", ressalta.

Ela continua convencida de que a Ucrânia resistirá, embora tema que Kiev tenha que ceder territórios para alcançar a paz.

- Sem trocas de territórios -

O Kremlin, cujas tropas ocupam cerca de 20% do território, condiciona um cessar-fogo à cessão de quatro regiões ucranianas, além da Crimeia, anexada em 2014.

Os Estados Unidos sugeriram uma troca de territórios entre os dois beligerantes, sem fornecer mais detalhes. A proposta foi rejeitada por Zelensky e seus aliados europeus.

Reunidas em Kiev poucas horas antes da reunião, cerca de cem pessoas protestaram em frente à embaixada dos Estados Unidos contra qualquer cessão de terras à Rússia.

Os manifestantes carregavam cartazes com slogans como "Não a uma troca de territórios" e "Não a um acordo pelas costas da Ucrânia".

Nas ruas de Kiev, Olena Klimenko encara a cúpula com humor. Rindo, a jovem artista de 31 anos sugere que o presidente russo poderia sofrer um "acidente" no Alasca.

"Realmente gostaria de ver algo positivo", continua seriamente. "Todos sonhamos com o fim da guerra", diz.

Mas ela teme que tudo isso se transforme "em um simples espetáculo" de Trump, conhecido por suas reviravoltas espetaculares e imprevisíveis.

Por sua vez, Kostiantyne Chelest, um engenheiro de 56 anos, acredita que Putin "não vai ceder" e que está apenas buscando "ganhar tempo para continuar a guerra".

bur-afptv-brw/led/mab/eg/ic/aa

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