Mercosul e Canadá retomam negociações de acordo de livre comércio
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Siga noMercosul e Canadá vão retomar as negociações para um acordo de livre comércio, anunciou nesta segunda-feira (25) o governo brasileiro, em meio à ofensiva tarifária dos Estados Unidos.
Em um comunicado conjunto, Brasília e Ottawa assinalaram que, "como passo oportuno rumo a maior diversificação econômica", os chefes negociadores do Canadá e dos países do Mercosul devem se reunir em outubro para reiniciar as conversas de um tratado de livre comércio.
"A retomada das negociações comerciais entre o Mercosul e o Canadá constitui sinal inequívoco de nosso compromisso compartilhado de aprofundar os laços econômicos mutuamente benéficos e de abrir novas oportunidades relevantes" em ambos os lados, segundo o texto, publicado pelo Itamaraty.
O Brasil preside atualmente o Mercosul, que também é integrado por Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina.
As tratativas para um tratado de livre comércio entre Mercosul e Canadá haviam esfriado depois de uma sétima rodada de negociação, em agosto de 2019.
Os Estados Unidos impuseram, em 6 de agosto, tarifas de 50% aos produtos brasileiros, apesar de Washington ter superávit comercial com o Brasil.
Os dois países conversarão sobre as sobretaxas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca desde então estreitar laços comerciais com outros países para ampliar ou abrir novos mercados para seus produtos.
Canadá e Brasil afirmaram que "compartilham um compromisso histórico com o comércio aberto, justo e sustentável" e trabalham em conjunto "para promover a prosperidade bilateral, regional e no marco do sistema global de comércio".
Delegações de ambos os países se reunirão em Toronto em setembro para buscar novas oportunidades bilaterais de comércio e investimentos, segundo o comunicado.
No caso do Brasil, as tarifas americanas estão motivadas em parte pelo julgamento por golpismo que enfrenta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vítima de uma "caça às bruxas" do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
rsr/ag/am