Uma juíza federal bloqueou até novembro a deportação de hondurenhos, nicaraguenses e nepaleses cujo Status de Proteção Temporária (TPS) foi revogado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em julho, os Estados Unidos suprimiram o TPS de mais de 51 mil hondurenhos e 3 mil nicaraguenses que chegaram ao país após o furacão Mitch devastar suas nações em 1998.

Os Estados Unidos concedem o TPS a estrangeiros que não podem retornar com segurança a seus países devido a guerras, desastres naturais ou outras condições "extraordinárias". Esse status oferece cobertura legal e impede que essas pessoas sejam expulsas e percam seus empregos.

"A liberdade de viver sem medo, a oportunidade da liberdade e o sonho americano. É isso que os demandantes buscam", declarou a juíza distrital Trina Thompson em uma decisão de 37 páginas emitida na quinta-feira.

"Exige-se que eles expiem por sua raça, que partam por causa de seus nomes e que purifiquem seu sangue", acrescentou a juíza da Califórnia. "Este tribunal discorda", afirmou.

Cerca de 7 mil nepaleses atualmente contam com a proteção do TPS, concedida após o terremoto de 2015 no país asiático.

Além de hondurenhos, nepaleses e nicaraguenses, a administração Trump também revogou o TPS de centenas de milhares de afegãos, camaroneses, haitianos e venezuelanos. Os casos desses grupos também foram parar na Justiça.

O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirma retirar o TPS porque considera que as condições nesses países melhoraram.

"O Status de Proteção Temporária foi criado para ser exatamente isso: temporário", costuma dizer a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.

Thompson suspendeu a revogação do TPS de hondurenhos, nepaleses e nicaraguenses até que seja realizada uma audiência judicial em 18 de novembro.

A juíza considera que a revogação tem como objetivo encerrar o programa, em vez de analisar objetivamente as condições dos países de origem.

Ela também teme que a decisão tenha sido motivada por "animosidade racial". Baseia-se, para isso, em uma declaração de Trump, que durante sua campanha eleitoral de 2024 afirmou que os imigrantes 'envenenam o sangue" dos Estados Unidos.

"A cor não é um veneno nem um crime", declarou Thompson.

Trump prometeu realizar a maior campanha de deportações da história dos Estados Unidos e frear a imigração.

cl/wd/erl/nn/dd/am

compartilhe