O governo libanês voltou a se reunir nesta quinta-feira (7) para tratar da complexa questão do desarmamento do Hezbollah, um dia após a rejeição, por parte do movimento xiita, da decisão de confiscar suas armas.

Sob pressão dos Estados Unidos e diante do temor de uma intensificação dos ataques israelenses no Líbano, o governo realizou um primeiro encontro sobre o tema na terça-feira e encarregou o Exército de preparar um plano para privar o grupo apoiado pelo Irã de armamento antes do fim do ano.

A sessão desta quinta-feira foi dedicada a examinar um memorando apresentado pelo enviado dos Estados Unidos, Tom Barrack, que inclui um cronograma para que o Hezbollah deponha as armas.

Segundo o ministro da Informação do Líbano, Paul Morcos, o governo aprovou a introdução do texto americano, mas sem discutir prazos específicos.

O emissário americano elogiou nesta quinta-feira o Líbano por sua decisão "histórica, ousada e justa".

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, também parabenizou Beirute por sua "decisão valente e histórica", que, em sua visão, permitirá ao país "avançar rumo à plena soberania".

Os quatro ministros xiitas presentes à reunião — dois deles ligados ao Hezbollah, um ao movimento Amal, seu aliado, e um independente — se retiraram antes do fim da sessão para protestar contra a decisão de desarmar o movimento, segundo a emissora do grupo, Al-Manar.

A decisão de um desarmamento não tem precedentes desde o fim da guerra civil, há mais de trinta anos. O Hezbollah é o único movimento que não depôs as armas.

O governo afirma agir no marco da aplicação do cessar-fogo acordado sob mediação dos Estados Unidos, que pôs fim, em 27 de novembro, à guerra entre Hezbollah e Israel.

Em resposta à decisão de desarmá-lo, o Hezbollah, militar e politicamente enfraquecido pelo conflito, acusou o governo de cometer um "pecado grave" e afirmou que ignorará a medida.

Apesar do cessar-fogo, Israel continua realizando ataques e bombardeios no Líbano, alegando que seu alvo é o movimento islamista.

O país também mantém várias posições ocupadas no sul do território libanês e ameaçou intensificar suas operações militares caso o grupo não seja desarmado.

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