ONU diz que mobilizações militares na Líbia podem provocar confronto armado
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Siga noA Missão de Apoio da ONU na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês) declarou nesta terça-feira(2) que está "seriamente alarmada" com as novas mobilizações militares de grupos rivais em Trípoli, que podem resultar em um confronto armado.
O país permanece dividido desde a queda do ditador Muammar Gaddafi em 2011, entre o governo reconhecido pela ONU em Trípoli, liderado pelo primeiro-ministro Abdelhamid Dbeibah, e um poder rival no leste.
Grupos alinhados a Dbeibah estão em conflito com o Radaa, uma poderosa facção que controla o aeroporto de Mitiga e outras partes do leste de Trípoli.
Nos últimos dias, veículos armados deslocaram-se de Misrata para Trípoli e tiros foram ouvidos na capital na noite de segunda-feira, segundo testemunhas e vídeos que circulam online.
A Missão declarou que "tensões em rápida escalada e a mobilização militar" em Trípoli "podem levar a um confronto armado".
Sabiha Mohamad, habitante do oeste de Trípoli, disse à AFP que ouviu os tiros na segunda-feira e que "houve mais pânico do que danos".
Não há relatos oficiais sobre vítimas e também não está claro quem abriu fogo. "Tomamos cuidado ao sair porque algo pode explodir a qualquer momento", acrescentou Mohamad.
A UNSMIL pediu às partes rivais que interrompam qualquer "preparativo para violência" porque isso poderia resultar em uma guerra na qual todos perderão.
Trípoli foi abalada em maio por confrontos entre grupos armados rivais que duraram vários dias e deixaram pelo menos oito mortos, segundo a ONU.
Os confrontos ocorreram após Dbeibah anunciar decretos para desmobilizar grupos armados que, segundo ele, "tornaram-se mais poderosos que o Estado".
No mês passado, a chefe da UNSMIL, Hanna Tetteh, apresentou um plano para implementar um "marco eleitoral politicamente viável" e "um novo governo unificado", disse a ONU.
bur-bou/smw/rnr/mb/jc/aa