Fenômenos meteorológicos extremos do verão de 2025 custaram à Europa mais de US$ 50 bilhões, diz estudo
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Siga noAs ondas de calor, secas e inundações que marcaram o verão de 2025 (inverno no Brasil) acarretaram 43 bilhões de euros (aproximadamente 50,4 bilhões de dólares ou 270,5 bilhões de reais) em perdas para a economia europeia, segundo um estudo elaborado por economistas publicado nesta segunda-feira (15).
A pesquisa, liderada por Sehrish Usman, da universidade alemã de Mannheim, com dois coautores do Banco Central Europeu (BCE), baseia-se tanto em dados meteorológicos quanto em modelos econômicos de estimativa de danos causados por fenômenos meteorológicos extremos, cada vez mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas.
O estudo considera as consequências diretas desses episódios, como a destruição de estradas, edifícios ou campos de cultivo devido às inundações; mas também as indiretas, como as perdas de produção que acompanham o tempo de reconstrução de uma fábrica, as perdas de vidas humanas ou os custos ligados à adaptação.
Também inclui os impactos de longo prazo, pois "o verdadeiro custo dos episódios extremos (...) se estende muito além de seus efeitos imediatos", destacou Usman. Assim, a redução ou destruição de alguns produtos devido à seca pode provocar inflação a médio ou longo prazo.
Levando em consideração todos os elementos, o estudo considera que, até 2029, os custos macroeconômicos gerados pelas catástrofes do verão de 2025 poderiam alcançar 126 bilhões de euros (148 bilhões de dólares ou 794 bilhões de reais).
Espanha, França e Itália aparecem como os países mais afetados: cada um enfrenta perdas superiores a 10 bilhões de euros (11,7 bilhões de dólares ou 62,8 bilhões de reais) neste ano. As perdas poderiam superar 30 bilhões de euros (35,2 bilhões de dólares ou 188 bilhões de reais) a médio prazo, pois este verão demonstrou que as ondas de calor e as secas estão aumentando.
Os países da Europa Central e Setentrional sofrem danos menos significativos, mas as inundações aumentaram nos últimos anos, o que poderia fazer com que o custo das mudanças climáticas cresça, segundo o estudo.
Os autores destacam que os números talvez estejam subestimados, já que não foram considerados os efeitos acumulados (as ondas de calor e a seca frequentemente andam de mãos dadas) nem outras consequências do aquecimento global, como os incêndios.
Além disso, destacam que os dados das perdas econômicas normalmente compilados pelas resseguradoras cobrem apenas os danos causados a bens materiais e omitem outros efeitos indiretos, como a redução de produtividade devido ao calor.
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