Governo argentino privatiza empresa responsável pelas usinas nucleares do país
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Siga noO governo argentino vai iniciar o processo de privatização parcial da estatal Núcleoeléctrica, a empresa responsável pelas três usinas nucleares do país, informou nesta terça-feira (16) o porta-voz presidencial Manuel Adorni.
A privatização consiste "na venda de 44% das ações em bloco por meio de uma licitação pública nacional e internacional", disse o porta-voz.
Ele acrescentou que 5% do capital acionário "será cedido a um programa de propriedade compartilhada, enquanto os 51% restantes permanecerão nas mãos do Estado nacional".
A Núcleoeléctrica Argentina é responsável pelas três usinas nucleares em operação na Argentina - Atucha I, Atucha II e Embalse - com uma potência total instalada de 1.763 Mw e uma contribuição que representa 7,4% da energia elétrica do país.
O governo a incluiu na lista de empresas públicas a serem privatizadas em uma mega lei aprovada pelo Congresso em 2024.
A privatização se enquadra na política do presidente ultraliberal, Javier Milei, de retirada do Estado das atividades de exploração.
"Todas as empresas públicas estão submetidas a um processo de privatização irremediável", disse Adorni.
Em relação ao plano que o governo tem para o setor de energia nuclear, o porta-voz indicou que o objetivo é "promover o investimento privado com o objetivo de alcançar a construção do primeiro reator modular argentino, a extensão da vida de nossas usinas e impulsionar a mineração de urânio, entre outras questões".
Segundo relatórios financeiros da empresa, durante o primeiro semestre de 2025 registrou um resultado operacional positivo de cerca de 103 bilhões de pesos, equivalente a cerca de 373 milhões de reais à taxa de câmbio oficial.
Em julho, o governo argentino também anunciou o início da privatização da empresa estatal Aysa, que fornece água e saneamento em Buenos Aires e periferia, uma população de cerca de 11,2 milhões de pessoas.
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