HRW acusa Israel de deslocar à força habitantes do sul da Síria
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Siga noA organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou, nesta quarta-feira (17), Israel de deslocar à força moradores do sul da Síria, em uma área que as autoridades israelenses querem desmilitalizar.
"As forças israelenses que ocupam partes do sul da Síria desde dezembro de 2024 cometeram uma série de abusos contra os moradores, incluindo deslocamentos forçados, o que constitui um crime de guerra", afirmou a HEW em um comunicado.
Israel realizou centenas de ataques contra posições militares na vizinha Síria desde que uma coalizão de islamistas derrubou Bashar al Assad em 8 de dezembro de 2024, após quase 14 anos de guerra civil.
Desde então, o país é governado por um presidente interino liderado por Ahmed al-Sharaa, um islamista de linha dura na juventude que suavizou suas posições.
Com suas ações no sul da Síria, Israel afirma que quer evitar que o arsenal do regime caia nas mãos das novas autoridades islamistas.
O Exército israelense também entrou na zona desmilitarizada das Colinas de Golã, na fronteira com a parte do planalto sírio ocupada por Israel, e suas forças costumam realizar incursões no sul da Síria, onde ocupam algumas posições.
A HRW afirmou que "as forças israelenses confiscaram e demoliram casas, impediram os moradores de acessar seus bens e meios de subsistência e detiveram arbitrariamente moradores que foram transferidos para Israel".
A ONG, com sede em Nova York, destacou que entrevistou moradores da região de Kuneitra, no sul da Síria, além de analisar imagens e fotos de satélites para corroborar seus depoimentos.
Consultado pela HRW, o Exército israelense afirmou que atuava no sul da Síria "para proteger os cidadãos" israelenses e que suas operações haviam sido realizadas "conforme o direito internacional".
A Síria declarou, na terça-feira (16), que está trabalhando com os Estados Unidos para alcançar um "acordo de segurança" com Israel.
Este anúncio faz parte de um plano apoiado por Estados Unidos e Jordânia para pacificar o sul da Síria, onde, no último mês de julho, foram registrados violentos confrontos entre habitantes sunitas da minoria drusa na região de Sweida.
Israel interveio militarmente na região afirmando que atuava para proteger a comunidade drusa. Um oficial militar sírio disse, na terça-feira, que as forças sírias haviam retirado suas armas pesadas do sul da Síria.
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