Regulador americano processa Ticketmaster por inflacionar preços de ingressos
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Siga noUma agência reguladora dos Estados Unidos processou, nesta quinta-feira (18), a Ticketmaster e sua empresa matriz Live Nation, acusando-as de conspirarem com revendedores para inflar os preços dos ingressos de shows e enganar os consumidores com taxas ocultas.
A Comissão Federal de Comércio e sete estados abriram o processo em um tribunal federal na Califórnia, acusando as empresas de permitir que revendedores de ingressos adquirissem milhões de bilhetes violando os limites de compra, para depois revendê-los a preços inflacionados.
"O entretenimento ao vivo nos Estados Unidos deveria ser acessível para todos nós. Não deveria custar um olho da cara levar a família a um jogo de beisebol", disse o presidente da FTC, Andrew Ferguson, que citou a ordem executiva do presidente Donald Trump para proteger os consumidores de abusos nos preços dos ingressos.
O processo alega que a Ticketmaster, que controla aproximadamente 80% da emissão de ingressos para grandes shows nos Estados Unidos, fez "vista grossa" aos revendedores que rotineiramente ultrapassavam os limites de compra utilizando milhares de contas falsas.
De 2019 até 2024, os consumidores gastaram mais de 82,6 bilhões de dólares (437 bilhões de reais) comprando ingressos através da Ticketmaster, segundo a FTC.
De acordo com o processo, documentos internos mostram que a Ticketmaster chegou a fornecer suporte tecnológico aos revendedores através de uma plataforma de software chamada TradeDesk, permitindo-lhes gerenciar ingressos adquiridos por meio de múltiplas contas para facilitar a revenda.
O processo também destaca as práticas de precificação da Ticketmaster, alegando que a empresa anunciava preços de ingressos substancialmente mais baixos do que os consumidores acabavam pagando, após taxas obrigatórias e sobretaxas.
Essas taxas ocultas, que chegaram a até 44% do custo final do ingresso, totalizaram 16,4 bilhões de dólares (86,9 bilhões de reais) entre 2019 e 2024, afirmou a FTC.
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