Governo espanhol aprova 'embargo total' de armas a Israel
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Siga noO governo de esquerda da Espanha aprovou nesta terça-feira o "embargo total" de armas para Israel, como parte de um pacote de medidas anunciado pelo socialista Pedro Sánchez para "conter o genocídio em Gaza".
O decreto proíbe todas as exportações e importações de e para Israel "de todo material de defesa e produtos ou tecnologias de uso duplo", estes últimos podendo ser usados tanto para fins civis quanto militares, destacou o ministro da Economia, Carlos Cuerpo, em uma coletiva de imprensa após uma reunião do conselho de ministros.
A medida também negará "a solicitação de trânsito para combustíveis de aeronaves com possível uso militar em Israel", assim como proíbe as importações de produtos procedentes de assentamentos israelenses em territórios palestinos ocupados, incluindo sua publicidade, acrescentou.
O decreto "representa um passo adiante, mas um passo contundente e, além disso, pioneiro em nível internacional, no que diz respeito à consolidação legal do embargo total de armas para Israel", disse Cuerpo.
O governo apontou que este decreto busca consolidar "juridicamente" o embargo sobre a venda e compra de armas para Israel, aplicado de fato desde outubro de 2023.
O decreto entrará em vigor imediatamente, mas ainda precisa ser ratificado em uma data posterior pelo Parlamento, onde Sánchez não possui maioria e tem enfrentado dificuldades para aprovar leis nos últimos tempos.
Sánchez anunciou o embargo de armas no início deste mês como parte de um pacote de medidas destinadas a conter "o genocídio em Gaza".
O líder socialista tornou-se uma das vozes europeias mais críticas ao seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu, e aos ataques lançados contra a Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
"Acredito que estamos testemunhando um dos eventos mais sombrios e terríveis do século XXI se desenrolar bem diante dos nossos olhos", disse ele na segunda-feira em um evento na Universidade de Columbia, em Nova York, referindo-se à guerra em Gaza.
"E, simplesmente, a comunidade internacional não pode permanecer calada nem paralisada", acrescentou.
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