Atriz gerada por IA gera preocupação na indústria cinematográfica
Tilly Norwood, figura criada por inteligência artificial, retomou o debate sobre o uso da tecnologia em filmes e séries.
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Siga noNo cenário atual, em que as tecnologias avançam de forma acelerada, o universo cinematográfico também vem passando por transformações significativas. Um dos exemplos mais polêmicos dessa mudança é a atriz Tilly Norwood, uma figura gerada por inteligência artificial (IA), que tem despertado o interesse de agências de talento em Hollywood.
Apresentada como “a próxima Scarlett Johansson ou Natalie Portman”, Tilly está no centro de um debate sobre o futuro da atuação. Para muitos atores e profissionais da área, sua estreia representa uma ameaça real: a substituição de artistas de carne e osso por ferramentas tecnológicas.
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Mara Wilson, atriz principal do filme “Matilda”, questionou a indústria sobre Norwood nas redes sociais. “E as centenas de mulheres jovens reais cujos rostos foram usados para compor ela (Tilly)? Nenhuma delas poderia ser contratada?”
Em meio à tantas críticas, Eline Van der Velden, criadora da Tilly Norwood, publicou um comunicado nas redes sociais rebatendo os comentários negativos. “Ela (Tilly) não está substituindo seres humanos, está sendo um pedaço de arte”.
Discussão domina Hollywood
Enquanto alguns estúdios admitem estarem buscando maneiras de incorporar a IA para acelerar produções e reduzir custos em filmes e séries, há uma crescente resistência por parte da classe artística. Atores e atrizes têm se manifestado contra o uso indevido da tecnologia, destacando os riscos para a valorização do trabalho humano e a qualidade artística das produções.
Essa discussão, porém, não é nova. Em 2023, o Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) organizou uma greve histórica para exigir, entre outros pontos, a regulamentação do uso da inteligência artificial na indústria audiovisual. O movimento denunciava abusos relacionados à tecnologia e expressava preocupações com o uso indevido, e muitas vezes não autorizado ou não remunerado, da imagem de artistas.
Nomes como Vanessa Hudgens (High School Musical) e Daniel Radcliffe (Harry Potter) foram algumas das vozes públicas que se posicionaram durante à greve dos artistas contra o avanço da IA nesse contexto, reforçando a importância da presença humana no processo criativo e interpretativo.
* Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria