Os funcionários das Nações Unidas presos no domingo no Iêmen pelos rebeldes huthis são suspeitos de espionagem a favor dos Estados Unidos e de Israel, afirmou nesta quinta-feira (4) à AFP um alto funcionário huthi que falou sob condição de anonimato.
"Os funcionários das Nações Unidas detidos são acusados de espionar a favor da agressão americana e israelense, e toda pessoa cuja acusação seja confirmada será levada à Justiça", declarou o funcionário do Ministério das Relações Exteriores dos huthis.
A ONU informou no domingo a detenção de pelo menos onze de seus funcionários no Iêmen, poucos dias após a morte do primeiro-ministro do governo huthi e de outros onze altos funcionários em bombardeios israelenses em Sanaa, a capital controlada pelos rebeldes desde 2014.
Esses insurgentes, apoiados pelo Irã e que controlam amplas áreas do Iêmen, já mantinham detidos desde junho de 2024 dezenas de funcionários da ONU e de várias organizações humanitárias.
Então, os huthis justificaram essas detenções argumentando que detectaram uma "rede de espionagem americana-israelense" que operava sob a cobertura de organizações humanitárias, uma acusação que a ONU nega.
No final de janeiro, oito funcionários da ONU foram presos, dos quais um morreu posteriormente enquanto estava detido.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou no domingo as "prisões arbitrárias" de seus funcionários no Iêmen e pediu sua "libertação imediata e incondicional".
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