A Galeria Nacional de Washington abre neste domingo (21) uma exposição fotográfica com mais de 150 imagens e pinturas sobre a vibrante cena artística negra entre 1955 e 1985, em meio aos turbulentos anos da luta pelos direitos civis e da nascente cultura pop.

Escritores como James Baldwin, músicos como Sun Ra, artistas como Kwame Barthwaite — o fotógrafo que ajudou a popularizar o lema "Black is Beautiful" — fazem parte desta mostra, a primeira que reúne imagens que já haviam entrado para a história de forma individual.

A mostra, aberta até 11 de janeiro, também inclui imagens pouco conhecidas e de cunho político, como a de uma das marchas do reverendo Martin Luther King Jr., encharcado sob a chuva, em Selma (Alabama), em 1965. Essas marchas pacíficas culminaram na aprovação das leis de direitos civis.

O Black Arts Movement foi "uma revolução comparável, em impacto criativo, ao renascimento americano das décadas de 1920 e 1930, com o nascimento do jazz", explicou Philip Brookman, um dos curadores da mostra e chefe do Departamento de Fotografia da Galeria Nacional, aos jornalistas.

"Os artistas e fotógrafos estavam definindo uma estética negra", acrescentou Deborah Willis, convidada a organizar a exposição e fundadora do Centro para a Cultura Visual Negra em Nova York.

A mostra não é cronológica, mas sim temática, girando em torno da comunidade, da moda, da luta pelos direitos civis, dos autorretratos...

Entre os artistas, figuram os porto-riquenhos Juan Sánchez (nascido em 1954) e Frank Espada (1930-2014), que colaboraram com a corrente para expressar as reivindicações políticas de seu território.

A exposição viajará para Los Angeles e Jackson, no Mississippi, no próximo ano.

jz/mel/lm/rpr

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