As autoridades russas incluíram, nesta sexta-feira (19), o "movimento satanista internacional" em sua lista de "terroristas e extremistas", o que abre caminho para penas severas de prisão para aqueles que sejam reconhecidos pela justiça como vinculados a ele.
A Rússia tomou uma medida similar no final de 2023 em relação ao "movimento internacional LGBTQIA+", uma formulação imprecisa que gerou temores de maior repressão a essa comunidade no país.
O "movimento satanista internacional" agora figura nesta lista oficial disponível no site do serviço russo de monitoramento de transações financeiras, constatou a AFP.
A medida é consequência de uma decisão do Supremo Tribunal, que, em julho, proibiu o "movimento satanista internacional", embora formalmente não exista nenhuma organização com esse nome.
"Foi determinado que este movimento se baseia em uma ideologia extremista, o ódio e a hostilidade em relações às confissões religiosas tradicionais", justificou o organismo, segundo a Procuradoria-Geral russa, que foi quem apresentou o pedido.
Segundo o texto, os "seguidores do movimento (...) praticam ritos ocultistas (...) e rituais de assassinatos, cometem outros delitos, em particular contra menores".
O presidente Vladimir Putin, que mantém estreitas relações com a influente Igreja Ortodoxa russa, acusou várias vezes as potências ocidentais de serem "decadentes" e "satânicas", em particular devido à sua tolerância com as pessoas LGBTQIA+.
Nos últimos anos, a Rússia tem sido palco de vários crimes cometidos por pessoas que se autodenominam satanistas, incluindo rituais de assassinatos.
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