O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou as acusações feitas pelos Estados Unidos contra ele por tráfico de drogas e convidou seu colega americano, Donald Trump, a "preservar a paz com diálogo", em uma carta divulgada neste domingo (21) pelo governo venezuelano.
A mensagem foi "entregue" a um "intermediário sul-americano", segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, em 6 de setembro, quatro dias depois do primeiro ataque dos Estados Unidos contra uma embarcação que supostamente havia saído da Venezuela com drogas, deixando um saldo de 11 mortos.
Os Estados Unidos deslocaram oito navios para o Caribe para combater o tráfico de drogas, depois de acusar Maduro de ter vínculos com o narcotráfico e oferecer 50 milhões de dólares (R$ 270 milhões) por sua captura.
Mas na carta, o mandatário venezuelano afirma que as acusações sobre "vínculos com máfias e quadrilhas do narcotráfico" são "absolutamente falsas".
"É a pior das fake news já lançadas contra nosso país para justificar uma escalada rumo a um conflito armado que causaria um dano catastrófico a todo o continente", diz Maduro no texto em que convida Trump a "preservar a paz com diálogo e entendimento em todo o hemisfério".
O presidente afirmou que a Venezuela é um território "livre de produção de drogas" e que apenas 5% da droga produzida na vizinha Colômbia tenta ser transportada pelo território venezuelano.
"Um dado muito relevante é que este ano já neutralizamos e destruímos mais de 70% desse pequeno percentual que tenta cruzar por essa extensa fronteira, de mais de 2.200 quilômetros que temos com a Colômbia", disse.
Maduro manifestou a Trump seu desejo de poder "juntos derrotar essas fake news que enchem de ruído uma relação que deve ser histórica e pacífica".
"Estes e outros temas sempre estarão abertos para uma conversa direta e franca com seu enviado especial Rick Grenell, para superar os ruídos midiáticos e as fake news", acrescentou.
Os Estados Unidos atacaram ao menos três embarcações após o deslocamento de seus navios no Caribe há um mês, deixando 14 mortos.
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