O governo espanhol reiterou, nesta terça-feira (23), que as mulheres vítimas de violência estão seguras e que nenhuma esteve em perigo, após falhas registradas em algumas tornozeleiras que monitoram os agressores terem gerado controvérsias há alguns dias.

"As mulheres estiveram protegidas e estão seguras antes, durante e depois", reiterou, nesta terça-feira, a porta-voz do governo, Pilar Alegría.

"É verdade que houve um momento de migração durante esses cinco meses, de junho a novembro [de 2024], onde evidentemente se detectou alguma anomalia que foi corrigida e recuperada posteriormente", reconheceu, contudo, acrescentando que a "tecnologia não é infalível".

A controvérsia surgiu há alguns dias, depois que a Procuradoria-Geral do Estado indicou em seu relatório anual que esses dispositivos que alertam a vítima se seu agressor descumpre a ordem de afastamento haviam registrado falhas técnicas, após a migração de dados devido a uma mudança de fornecedor.

Estas disfunções haviam provocado um aumento do estado de alerta das vítimas, assim como "uma grande quantidade de arquivamentos provisórios ou absolvições", indicava.

As críticas da oposição não demoraram a chegar e, pouco depois, a própria Procuradoria emitiu um comunicado reconhecendo que houve "problemas pontuais", mas que estes foram resolvidos no final de 2024.

"Os arquivamentos provisórios foram reabertos assim que os dados foram recuperados", acrescentaram, ressaltando que em nenhum caso esses incidentes afetaram os procedimentos para o crime de violência que motivou a instalação do dispositivo.

No centro das críticas, a ministra da Igualdade, Ana Redondo, já havia defendido o sistema.

"Pode haver incidentes, mas quanto a dizer que esses incidentes colocam as mulheres em perigo, não, por favor, porque isso é absoluto e radicalmente falso", disse à Televisão Espanhola, afirmando que nos próximos meses seria aberta uma nova licitação.

rs/mdm/du/mb/rm/aa

compartilhe