O museu Thyssen-Bornemisza de Madri expõe, a partir desta terça-feira (23), fotos realizadas por fotojornalistas na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, com esperança de servir como "despertador das consciências adormecidas".

A exposição "Gaza através de seus olhos" ocupa o saguão principal do museu da capital espanhola, e mostra cenas de habitantes de Gaza recebendo água e alimentos e de crianças que frequentam escolas improvisadas entre os escombros de edifícios destruídos.

As fotos "documentam os bombardeios, a destruição sobre a Cidade de Gaza e a Faixa de Gaza, o deslocamento forçado da população, os bombardeios às infraestruturas civis como hospitais e escolas das Nações Unidas, mas também a fome", disse à AFP Raquel Martí, diretora-executiva da UNRWA, agência da ONU para os refugiados palestinos, que participa da exposição na Espanha.

"Não são imagens distantes, são olhares humanos que nos obrigam a reconhecer a dignidade de um povo que sofre", disse, por sua vez, o ministro da Cultura espanhol, Ernest Urtasun, em coletiva de imprensa.

O diretor artístico do museu, Guillermo Solana, disse esperar que a exposição sirva como "um despertador das consciências adormecidas, como um meio de abrir os olhos das pessoas que ainda não querem ver (...) o que está acontecendo".

Abaixo das 27 fotografias não há nenhum nome.

"Esta exposição é anônima. Apesar de ter sido feita por nossos jornalistas, não quisemos colocar seus nomes para assegurar sua integridade e evitar que sejam assassinados", explicou Martí.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) contabilizou mais de 210 jornalistas assassinados desde o início das operações militares israelenses na Faixa de Gaza, realizadas em retaliação ao ataque de 7 de outubro de 2023, orquestrado em Israel pelo movimento islâmico Hamas.

Em 2022, o Thyssen-Bornemisza expôs cerca de 60 obras de arte ucranianas que haviam sido transferidas de Kiev para mantê-las seguras em meio à invasão russa.

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