Vários países ao redor do mundo, começando pelos árabes e muçulmanos, receberam com satisfação o plano de paz para Gaza apresentado nesta segunda-feira (29) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Estas foram as principais reações:

– Países árabes e muçulmanos

Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Indonésia e Paquistão declararam, em comunicado conjunto, que aplaudem "o papel do presidente americano e seus sinceros esforços para pôr fim à guerra" entre Israel e o grupo islamista Hamas. Reafirmaram ainda "sua disposição de colaborar de forma positiva e construtiva com os Estados Unidos e as partes interessadas para concluir o acordo e garantir sua implementação".

– Europa

O presidente francês, Emmanuel Macron, também elogiou "o compromisso" de Trump "para pôr fim à guerra em Gaza e alcançar a libertação de todos os reféns". "Espero que Israel se comprometa firmemente com essa base. O Hamas não tem outra escolha senão libertar imediatamente todos os reféns e seguir este plano", escreveu na rede social X.

O presidente do Conselho da União Europeia, António Costa, instou todas as partes a "aproveitar este momento para dar uma oportunidade genuína à paz". "A situação em Gaza é intolerável. As hostilidades devem cessar e todos os reféns devem ser libertados de imediato", acrescentou em X.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Johann Wadephul, afirmou que, "finalmente, israelenses e palestinos podem esperar que esta guerra chegue em breve ao fim". "Esta oportunidade não deve ser desperdiçada. O Hamas deve aproveitá-la. Convoco todos os que têm influência sobre o Hamas a usá-la agora mesmo", disse.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, escreveu em X que seu país "recebe com satisfação a proposta de paz" e exigiu que "é preciso pôr fim a tanto sofrimento". 

"É hora de que a violência cesse, que todos os reféns sejam libertados imediatamente e que a ajuda humanitária chegue à população civil. A solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança, é a única possível", acrescentou.

O governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, descreveu o plano de Trump como um "projeto ambicioso para a estabilização, reconstrução e desenvolvimento da Faixa de Gaza", bem como um possível "ponto de virada", segundo um comunicado.

Fora da União Europeia, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou em nota que "apoia firmemente os esforços (de Trump) para pôr fim aos combates, libertar os reféns e garantir a entrega de ajuda humanitária de emergência à população de Gaza”. "É nossa máxima prioridade e deve ser feito de imediato", acrescentou.

– Tony Blair

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que deve desempenhar um papel importante em um comitê que supervisionará a transição em Gaza, aplaudiu o plano, classificando-o como "ousado e inteligente". "Ele nos oferece a melhor oportunidade de encerrar dois anos de guerra", declarou em comunicado.

– Entre os palestinos

A Autoridade Palestina destacou os "esforços sinceros e decididos" de Trump, segundo um boletim, e afirmou "confiar em sua capacidade de encontrar um caminho para a paz".

Em contrapartida, a Jihad Islâmica, grupo armado palestino que combate ao lado do Hamas em Gaza, denunciou em comunicado "uma receita" para continuar atacando os palestinos. 

"O que foi anunciado na coletiva de imprensa entre Trump e Netanyahu é um acordo entre Estados Unidos e Israel e representa a posição de todo o establishment israelense. É uma receita para prosseguir a agressão contra o povo palestino", afirmou o movimento islamista.

Uma fonte próxima aos diálogos disse à AFP que os mediadores Catar e Egito entregaram o plano aos negociadores do Hamas, que "declararam que o examinarão de boa-fé e darão uma resposta".

bur-lb/pno/arm/cjc/lm/am

compartilhe