Equador expulsa jornalista espanhol que cobria protestos e alega 'ameaça'
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O Equador expulsou um jornalista espanhol que cobria protestos indígenas contra o governo por considerá-lo uma "ameaça" para a segurança do país, informou a Presidência nesta segunda-feira (6).
O jornalista Bernat-Lautaro Bidegain registrava as manifestações contra o aumento do preço do diesel para o veículo digital Globalat, de acordo com suas redes sociais.
Na semana passada, ele cobriu o funeral de um manifestante indígena morto a tiros na região de Imbabura (norte), foco dos protestos contra o presidente Daniel Noboa.
Organizações de defesa de direitos humanos denunciaram que ele foi detido no domingo "em um processo repleto de irregularidades e violações ao devido processo legal".
A porta-voz da Presidência, Carolina Jaramillo, disse aos jornalistas em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira que Bidegain foi deportado porque representava "uma ameaça para a segurança". A funcionária assegurou que existe um relatório contra ele, mas que é de caráter privado.
O jornalista disse no Instagram que foi enviado durante a madrugada de Quito à Bogotá para ser transportado à Espanha. Consultadas pela AFP, as autoridades colombianas não confirmaram seu ingresso ao país.
Em vídeos, ele é visto levantando um braço em sinal de protesto e rodeado de funcionários equatorianos. Ele também aparece na traseira de um automóvel conduzido por um policial.
Noboa declarou estado de exceção em dez das 24 províncias do país diante da radicalização dos protestos indígenas com o bloqueio de várias estradas.
Os protestos deixaram cerca de 150 feridos, entre eles civis, militares e policiais e uma centena de detidos, segundo dados oficiais e de ONGs.
Em maio, Bidegain informou que o Panamá lhe negou a entrada e o deportou no contexto de manifestações contra o presidente José Raúl Mulino.
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