Transportadores do Peru protestam novamente contra extorsões
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Centenas de transportadores bloquearam estradas e queimaram pneus nesta segunda-feira (6) em Lima, em um novo protesto contra as extorsões e os assassinatos de 47 motoristas ocorridos este ano no Peru, atribuídos ao crime organizado.
Diversas empresas do setor aderiram ao chamado para desligar os motores por 24 horas em vários distritos da capital peruana, que tem mais de 10 milhões de habitantes, segundo repórteres da AFP no local.
Os manifestantes colaram mensagens em seus veículos em repúdio às extorsões, que se multiplicaram no último ano e se tornaram o maior desafio do impopular governo da presidente Dina Boluarte.
"Queremos viver, nenhum morto a mais", dizia um dos cartazes colados nos para-brisas, onde também foram colocados laços pretos e fotos de motoristas assassinados.
Desde fevereiro, esta é a quinta vez que os transportadores saem às ruas contra a extorsão praticada por grupos criminosos.
"Temos que protestar em defesa da vida diante de um governo indiferente que até agora não resolve o problema", declarou à AFP Martín Valeriano, presidente da Anitra, principal associação do setor, que reúne 460 empresas em Lima e no porto vizinho de Callao.
De acordo com os dirigentes da categoria, as quadrilhas exigem o pagamento de até 50 mil sóis (cerca de 76,3 mil reais) mensais das empresas de transporte.
Quando as companhias se recusam, os criminosos disparam contra os veículos, inclusive com passageiros a bordo.
O protesto foi convocado depois que, no último fim de semana, um motorista venezuelano morreu e outro ficou ferido, em dois ataques de pistoleiros em Lima.
Segundo a Anitra, pelo menos 47 motoristas foram mortos a tiros entre janeiro e outubro.
Em março, Boluarte enviou militares às ruas para apoiar a polícia no combate ao crime organizado.
No entanto, as empresas de transporte exigem medidas mais firmes contra a insegurança.
"Vamos vencer essa praga que é a insegurança cidadã, que é a extorsão, que é o assassinato. Vamos capturá-los, eles não vão ganhar esta batalha", declarou Boluarte nesta segunda-feira durante um ato oficial no sul de Lima.
cm/vel/dga/lm/rpr