Exército de Mianmar bombardeia multidão e deixa ao menos 40 mortos, segundo testemunhas
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O Exército de Mianmar bombardeou nesta segunda-feira (6) uma multidão que celebrava uma festa budista e protestava contra a junta no poder, em um ataque que deixou mais de 40 mortos, informou nesta terça-feira (7) à AFP uma testemunha e uma organizadora da celebração.
Por sua vez, a ONG Anistia Internacional divulgou um comunicado sobre o bombardeio nesta terça-feira e relatou um balanço de entre 17 e 20 mortos, citando testemunhas.
Milhares de pessoas haviam se reunido na noite de segunda-feira em Chaung-U, no centro de Mianmar, para a Festa das Luzes, um evento que marca o fim da Quaresma budista.
Segundo uma integrante do comitê organizador do festival do município de Monywa, o Exército bombardeou a multidão usando um parapente motorizado.
A mulher, que pediu anonimato por segurança, disse à AFP que os participantes também protestavam contra a junta governamental quando, por volta das 19h (9h30 no horário de Brasília), começaram os bombardeios, que teriam deixado mais de 40 mortos e 80 feridos.
"O comitê alertou as pessoas e um terço da multidão conseguiu fugir", acrescentou.
"As pessoas seguravam velas e, um minuto depois, estavam no chão, despedaçadas. Havia crianças completamente destroçadas", afirmou a mulher, que não estava no local no momento do ataque, mas participou dos funerais nesta terça-feira.
"Nesta manhã ainda recolhemos pedaços de corpos do chão", declarou.
Uma testemunha, moradora de Chaung-U, confirmou o número de vítimas. Segundo ela, as pessoas começaram a correr quando perceberam que o parapente motorizado as sobrevoava, um aparelho que "lançou duas bombas", relatou.
A testemunha, que também pediu anonimato, compareceu nesta terça-feira aos funerais de nove amigos.
Um veículo de imprensa local também informou um balanço de 40 mortos.
A AFP entrou em contato com um porta-voz da junta, que se recusou a comentar.
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