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Justiça argentina emite veredicto para acusados de tentar matar Cristina Kirchner

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A Justiça argentina emitirá, nesta quarta-feira (8), o veredicto aos dois acusados de tentar matar a tiros a ex-presidente Cristina Kirchner em 1º de setembro de 2022, em um caso que chocou a nação sul-americana. 

O principal réu é um homem que se camuflou entre centenas de apoiadores que cumprimentavam a então vice-presidente (2019-2023) em frente à sua casa e atirou duas vezes na cabeça dela, mas as balas não saíram. 

Fernando Sabag Montiel, de 38 anos, e sua então namorada, Brenda Uliarte, são acusados de tentativa de homicídio triplamente agravado por traição, violência de gênero e uso de armas, pela qual podem ser condenados a até 25 anos de prisão. 

No julgamento, Sabag Montiel admitiu que tentou matar Kirchner como "um ato de justiça". 

A defesa de Uliarte, acusada como coautora e com 23 anos na época do crime, alegou incapacidade psíquica. 

A tentativa de homicídio "refrescou a memória sombria de que a violência pode ser usada para resolver divergências políticas", disse o analista e consultor Facundo Cruz à AFP.

"Ficou claro que algo que se pensava estar banido das práticas argentinas pode acontecer no século XXI", acrescentou, referindo-se ao assassinato de ativistas políticos durante a ditadura civil-militar (1976-1983).

O ataque a Kirchner mobilizou centenas de milhares de pessoas que foram às ruas em apoio à ex-presidente de centro-esquerda (2007-2015), principal figura da oposição peronista.

- "Presa ou morta" -

O ataque ocorreu durante a abertura do julgamento por corrupção da ex-presidente, no qual ela foi condenada em dezembro de 2022 e colocada em prisão domiciliar desde junho de 2025. 

Durante o julgamento, centenas de pessoas se reuniram em frente à casa de Kirchner para expressar sua solidariedade. O tumulto serviu de cobertura para Sabag Montiel, que se infiltrou entre os apoiadores para tentar assassiná-la. 

A Promotoria retirou a acusação contra um terceiro réu, Nicolás Carrizo, como "planejador", ao concluir que ele desconhecia o plano para atacar Kirchner. Carrizo era o chefe de Sabag Montiel e Uliarte, que ele contratou como vendedores ambulantes de algodão-doce. 

Durante o julgamento, os advogados da ex-presidente solicitaram uma investigação sobre os supostos mentores e financiadores do ataque. O pedido, no entanto, foi rejeitado.

"Kirchner está tentando manter o assunto em pauta, fazendo alusão ao que aconteceu e relembrando. Lembrar o que aconteceu e exigir justiça faz parte de seu capital político: ter sobrevivido", disse Cruz. 

Após ser condenada, a ex-presidente denunciou uma perseguição política. "Me querem presa ou morta", afirmou após a Suprema Corte confirmar sua condenação este ano.

mry/lm/sa/mr/arm/aa/jc

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