Bombardeios paramilitares em hospital do Sudão deixam 20 mortos em 24 horas
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Ao menos 20 civis morreram em 24 horas em ataques paramilitares a um dos últimos hospitais restantes na cidade sudanesa de El Fasher, em Darfur, informaram fontes médicas à AFP.
O Sudão está imerso em uma guerra desde abril de 2023, que opõe as forças do chefe do exército, Abdel Fatah al-Burhan, às de seu ex-adjunto, Mohamed Hamdan Daglo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR), um grupo paramilitar.
El Fasher é a última grande cidade de Darfur a escapar do controle dos paramilitares.
O ataque desta quarta-feira (8) deixou pelo menos 12 mortos, incluindo um médico e um enfermeiro, e 17 feridos, de acordo com vários funcionários da unidade, que pediram anonimato.
Na terça-feira, a maternidade do mesmo hospital foi atacada por um drone, que matou oito pessoas e feriu outras sete, segundo as mesmas fontes.
A cidade de El Fasher está sitiada desde maio de 2024 pelas FAR, que intensificaram seus ataques de artilharia e drones desde agosto. Nas últimas semanas, os paramilitares tomaram vários setores da cidade.
Mais de um milhão de pessoas fugiram da cidade desde o início da guerra, segundo dados divulgados na terça-feira pela ONU.
A população da cidade, que já foi a maior da região, diminuiu quase 62%, de mais de um milhão de habitantes para cerca de 413.000, segundo a agência da ONU para migrações.
Quase 80% das famílias que precisam de cuidados médicos não têm acesso, alerta a ONU. Enquanto isso, os médicos precisam lidar com as interrupções nas telecomunicações e usam pedaços de mosquiteiros como gaze.
A guerra no Sudão, que deixou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, causou a "pior crise humanitária do mundo", segundo a ONU.
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